Os dados, mais recentes, resultantes da execução do Plano de Saneamento Financeiro (PSF) do Município de Alijó foram analisados na última reunião de Câmara. A oposição camarária deu nota negativa à execução do PSF, que classificou de «fracasso».
Em 2009, a poucos meses das eleições autárquicas, entraram nos cofres da Câmara de Alijó cerca de 10 milhões de euros, na sequência de um empréstimo bancário que tinha como objectivo o saneamento financeiro da Autarquia, ou seja, o pagamento de dívidas para redução do endividamento de curto-prazo
No ano de 2009, os Vereadores do PSD alertaram que o Plano aprovado pela Câmara estava destinado ao fracasso, e que ao invés de melhorar a situação financeira da Autarquia iria piorá-la.
Os dados agora revelados vêm, infelizmente, dar razão às reservas desde sempre levantadas pelos Vereadores da oposição, pois fica demonstrado que o montante global da dívida do Município de Alijó continua a aumentar a uma velocidade alarmante e que as contas da Câmara não estão saneadas, aliás, longe disso.
Veja-se que, ao nível das dívidas de curto-prazo, em 2010, a previsão do PSF era de cerca de 290 mil euros, quando a situação real aponta para quase 9 milhões de euros de novas dívidas, ou seja, um desvio de cerca de 3000% a mais do que estava previsto!
Também ao nível dos principais indicadores económico-financeiros, a diferença entre a previsão do PSF e o balanço real é significativa. Como exemplo, aponta-se o prazo médio de pagamentos que, segundo previsão do PSF para 2010, deveria situar-se em 30 dias, mas na realidade, foi de 319 dias (quase um ano).
Estes dados revelam que o endividamento do Município de Alijó continua descontrolado e a ultrapassagem dos limites de endividamento definidos pela lei continua a crescer, situando-se em muitos milhões de euros, com consequências graves, por exemplo, ao nível da redução das verbas a transferir do Orçamento de Estado, como aconteceu no ano de 2010.
A agravar a situação, o período de carência do empréstimo contraído em 2009 termina em 2012, ano em que a Câmara Municipal terá de começar a pagar uma pesada factura de juros bancários e amortizações, com dinheiro que o Município não tem.
Na declaração de voto, na última reunião do Executivo, os Vereadores do PSD questionaram mais uma vez a actual maioria camarária socialista sobre como tenciona pagar os muitos milhões de euros de novas dívidas, uma vez que não existe qualquer possibilidade de novo saneamento financeiro nos próximos anos.