A primeira enoteca interactiva da Península Ibérica vai mostrar os processos e tradições da produção de vinho na mais antiga região demarcada do mundo.
Luís Barros aproveitou um armazém secular, de construção tradicional duriense, instalado na Quinta da Avessada, em Favaios, que requalificou e transformou na «Enoteca Douro», que será inaugurada brevemente.
O investimento rondou 1,5 milhões de euros, com co-financiamento do programa comunitário Leader.
Segundo disse, foi criado, naquele espaço, \"um percurso lúdico, dinâmico e interactivo, de modo a retratar de uma forma única, a história, modo de vida, usos e costumes do Douro\".
Na enoteca vão ser apresentadas, \"de forma muito viva\" representações etnográficas referentes aos processos vitivinícolas, e memórias fotográficas que ilustram as diferentes épocas relacionadas com o vinho e vinhas durienses.
Esta \"viagem\" é efectuada com recurso a robÎs e manequins, que simulam, por exemplo, a pisa tradicional das uvas, a par de informação em plasmas e \"touch-screens\" sobre todos os vinhos expostos na enoteca, em interactividade com o enólogo responsável pelo seu fabrico.
A \"viagem\" começa pelos vinhedos e espaços exteriores, com explicação das diferentes castas do Douro e dos trabalhos agrícolas ao ar livre, segue-se a sala dos lagares, onde o cheiro a mosto se mistura com os cantares típicos e a projecção de filmes e, finalmente, a sala de envelhecimento e provas documentadas com acesso a bases de dados dos produtores e os vinhos.
Segue-se a degustação de uma criteriosa selecção dos néctares produzidos pelos aderentes a este projecto.
\"Através do estímulo dos sentidos, pretendemos dar a conhecer a quem nos visita o modo de vida das nossas gentes\", afirmou Luís Barros.
Embora ainda não tenha sido oficialmente inaugurada a Enoteca Douro, que já foi visitada por centenas de pessoas, inicia hoje a sua época de vindimas com a tradicional lagarada e jantar típico duriense que vai contar com a presença de meia centena de dinamarqueses.
Os visitantes irão participar no corte das uvas e na própria lagarada sempre ao som da concertina.