Entre Janeiro e Setembro, houve 3255 acções de insolvências registadas nos tribunais, das quais 1122 apresentadas pelos próprios empresários, mais 96% do que em 2008. O total de acções cresceu 55,9% e as falências 40%
Um total de 1122 empresários apresentaram nos tribunais portuguesas, nos primeiros nove meses do ano, a insolvência das suas empresas. Um número que representa 34,5% do total de acções de insolvência registadas nos tribunais e que aumentou em 549 casos, ou seja, em 95,8%, face a igual período de 2008. No total, foram registados 3255 processos, mais 55,9% do que o ano passado.
Os dados foram ontem divulgados pela Coface Serviços Portugal, e referem-se ao estudo comparativo das acções de insolvências publicadas entre Janeiro e Setembro de 2008 e 2009. A empresa conclui ainda que, no período em causa, aumentou em 44,1% o número de acções requeridas pelos credores, num total de 1219 casos, e que as empresas declaradas insolventes, ou seja falidas, totalizaram 859, um aumento de 40,6% no período em análise. Significativo é o facto de o número de empresas sujeitas a planos de insolvência - pela anteriore legislação, designados de planos especiais de recuperação de empresas - terem diminuído 5,2%, correspondendo a 55 casos em que os credores aceitaram a viabilização.
Por sectores, a indústria transformadora, a construção e obras públicas e o comércio por grosso e a retalho registaram o maior crescimento em número de acções, com a primeira a registar 924 casos e a segunda 565. Quanto ao comércio, a área grossista totalizou 490 acções de insolvência e o retalho 411. Em termos percentuais, os maiores aumentos registaram-se nos sectores da electricidade, água e gás, com 500%, com o evoluir de um para seis casos, a agricultura, caça e pescas, com 130,8% devido à passagem de 13 para 30 acções, e ao comércio de veículos, que cresceu 80,4% por ter passado de 56 para 101 casos de insolvência.
Mas o reverso da medalha é que são também os mesmos sector - indústria transformadora, construção e obras públicas, comércio a retalho e comércio por grosso - a registar o maior número de planos de insolvência aprovados.
Em termos de distribuição territorial, Porto, Lisboa e Braga lideram o ranking do número de entidades registadas com, respectivamente, 867, 556 e 512 casos. O maior aumento percentual deu-se na Madeira e nos distritos de Beja, Bragança, Viana do Castelo e Coimbra.
No mesmo período, foram criadas menos quatro mil empresas do que em 2008, num total de 23 007. A quebra é de 15,2%. O decréscimo abrange, sobretudo, o sector dos transportes, que cai 25%, a construção, com menos 29%, e o comércio de veículos, uma quebra de 21%.O maior decréscimo ocorreu nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores.