O ex-presidente do IND, Mário Fernandes, demitiu-se quarta- feira depois de o ministro Ferro Rodrigues afirmar que aceitaria um pedido nesse sentido, na sequência da divulgação do relatório às causas da tragédia de Entre-os-Rios, fortemente crítico da actuação do instituto no que toca à falta de fiscalização da extracção de areias do Douro.
Os autarcas durienses convocaram a reunião de hoje para protestar contra a alegada extinção do instituto, que o ministro Ferro Rodrigues chegou a admitir terça-feira, mas que parece posta de parte, a julgar por declarações do secretário de Estado da Administração Portuária, José Junqueiro.
Em declarações à Lusa, José Junqueiro esclareceu que o IND vai ser "remodelado e não extinto", sendo intenção do ministro do Equipamento Social "de fazer uma remodelação profunda nas suas atribuições e competências".
Os 16 autarcas presentes, dos 23 que foram convocados, realçaram a importância do IND para a região duriense e decidiram exigir ao Governo o "reforço das suas atribuições e competências, a clarificação das áreas de intervenção e quais as dependências das tutelas".
O presidente da Câmara de Alijó e da associação de municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro, Joaquim Cerca, disse lamentar que Mário Fernandes "seja a grande vítima deste processo".
"Atribuir a responsabilidade a uma só pessoa de um processo tão complexo como foi aquele que ocorreu em Entre-os-Rios é um aligeirar determinado conjunto de consequências", sustentou o autarca, mostrando-se convicto de que "houve alguma precipitação nos acontecimentos que conduziram à demissão do presidente do IND".
Para o presidente da Câmara de Gondomar, Valentim Loureiro, "a extracção de areias não deve ser um negócio" para o IND.
"A receita [do IND] não deve ser o seu objectivo", frisou Valentim Loureiro, sustentando que a gestão do negócio dos inertes "deve ser rigorosa e com controlo".
JDS