O secretário de Estado Adão e Silva, natural de Bragança, provocou a indignação de dirigentes e autarcas do PSD ao considerar como «descabelada» a criação de uma universidade no distrito, numa entrevista à RBA
«Golpe de rins» e «insulto às populações do distrito» foi como algumas figuras locais social-democratas classificaram a «mudança de posição» do secretário de estado adjunto do ministro da Saúde e vice-presidente da distrital de Bragança do PSD.
As reacções surgiram na sequência de uma entrevista do governante a uma rádio local (RBA/Rádio Bragançana), em que Adão e Silva se pronunciou sobre uma das principais bandeiras eleitorais do partido na região - que Durão Barroso reforçou enquanto candidato a primeiro-ministro - defendendo a criação de mais duas universidades públicas no país, uma em Bragança e outra em Viseu.
A expectativa da concretização desta promessa surgiu meio ano depois de Durão Barroso ter assumido a chefia do governo, ao abrir em Bragança o III Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, mas o primeiro-ministro garantiu então apenas que «até ao final da legislatura» Bragança iria ter ensino universitário.
«Pareceu-me errada a estratégia do senhor primeiro- ministro anunciar no congresso a criação da universidade de Bragança. Era uma estratégia totalmente errada, descabelada mesmo», afirmou o secretário de Estado na entrevista.
A solução que Adão Silva defendeu agora é a mesma que já tinha rejeitado liminarmente no passado, ou seja, a instalação em Bragança de uma extensão da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sediada em Vila Real.