A equipa de dez sapadores florestais da Associação Arbórea de Vinhais, no distrito de Bragança, tem salários e subsídios em atraso, como confirmou hoje a entidade empregadora depois de a questão ser levantada pelo Bloco de Esquerda (BE).
A distrital de Bragança do partido reuniu-se hoje, por videoconferência, com o Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC) para se inteirar da situação e para que esta “atuação política sirva para que as entidades sejam chamadas à razão e para que estes casos não se repitam”, como disse à Lusa Jóni Ledo, coordenador distrital do BR.
O dirigente sindical, Alexandre Carvalho, concretizou à Lusa que os 10 sapadores florestais da Arbórea- Associação Agroflorestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana têm “dois meses de salários em atraso e ainda não receberam os subsídios de Natal e de férias”.
Segundo disse, a situação é recorrente e foi denunciada pelos sapadores junto do sindicato que alega ter tentado resolver a situação junto da Arbórea sem sucesso, pelo que pediu a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho.
Os sapadores assinaram, entretanto, um acordo com a associação, segundo o qual vão receber as remunerações em atraso por tranches ao longo de 18 meses.
O sindicato lembra que estas associações são financiadas para terem as equipas de sapadores florestais pelos municípios, pelos associados, por trabalhos que fazem na limpeza da floresta e pelo Fundo Permanente Florestal do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
O ICNF, segundo ainda o dirigente sindical, disponibiliza também as viaturas e equipamentos para as equipas de sapadores florestais.
O presidente da Arbórea, Abel Pereira, confirmou à Lusa a existência de salários em atraso, sem quantificar, indicando apenas que a “situação está prestes a ser resolvido” através do acordo de pagamento faseado.
Abel Pereira justificou o atraso no pagamento com “uma situação mais apertada” devido à pandemia, nomeadamente os primeiros meses de confinamento, em que não houve trabalho para a equipa, que esteve parada durante os meses de março e abril.
Nos meses seguintes, acrescentou, iniciou-se o período de vigilância dos incêndios florestais em que “já não há capacidade para angariar trabalho”.
“Isto resultou em falta de alguma liquidez”, afirmou o presidente da Arbórea, que confirmou também que estas equipas “são financiadas a 50%” com dinheiros públicos.
Tanto o coordenador distrital do BE como o dirigente do sindicado prometeram ficar “atentos” ao cumprimento do acordo de pagamento aos sapadores florestais e intervir quando necessário.
HFI // MSP Lusa