Um produtor de carne coelho instalado no concelho de Mogadouro, no distrito de Bragança, garante que o mercado espanhol está a pedir a antecipação dos prazos de fornecimento às superfícies comerciais deste tipo de alimento.

"Tudo aquilo que estamos a produzir sai para Espanha. Neste momento estamos a preparar uma encomenda de cerca de 20 toneladas de carne de coelho e já pedem a antecipação dos prazos de entrega em cerca de oitos dias", disse hoje à Lusa, Duarte Pimentel.

Segundo o produtor, o ciclo de vendas da carne de coelho ronda, normalmente, os 42 dias, mas face às necessidades de mercado provocadas pela pandemia da Covid-19 " há pedidos de antecipação para a entrega do produto".

"Tudo o que produzimos tem como destino, neste momento, o mercado da vizinha Espanha e o negócio corre a bom ritmo", concretizou o produtor.

Para já, os responsáveis por esta empresa de produção de carne de coelho, que conta no seu efetivo com mais de um milhar de fêmeas reprodutoras, afirmam que, apesar de as fronteiras estarem abertas à circulação de mercadorias, "a médio prazo poderá temer-se uma falha no abastecimento de alimentos para estes animais".

"Enquanto os transportes de mercadorias operarem não há problemas. Contudo, se esta pandemia provocada pela Covid-19 piorar, tememos o cancelamento do fornecimento de alimento para os coelhos, que se encontram na fase de crescimento, o que colocaria em causa toda a estrutura de produção e o prematuro abate dos animais", alertam.

No Planalto Mirandês, a produção de carne de coelho conta com sete unidades de capacidade média até às três mil fêmeas reprodutoras para abastecer o mercado nacional e de Espanha.

"Uma das vantagens que temos é que a produção tem escoamento garantido. O preço da carne de coelho é que poderá ser mais competitivo, perante as necessidades dos mercados", disse Duarte Pimentel.

Na ótica do produtor, os espanhóis consomem mais carne de coelho do que os portugueses, "dadas as suas propriedades alimentares".

Esta unidade de cariz familiar tem uma capacidade de produção de 20 toneladas de carne de coelho, a cada 42 dias.

Por seu lado, Dinis Arribas, produtor de carne de coelho em Sendim, no concelho fronteiriço de Miranda do Douro, indica que últimos 15 dias houve mais procura nas superfícies comerciais de carne de coelho do "que em situações normais".

"Trata-se de uma carne branca e saudável ", rematou.

Este produtor tem uma capacidade de produção de 22 toneladas, a cada 40 dias, de um produto com a chancela " Produto Nacional".



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