Vila Pouca vai criar um Parque Micológico, onde serão cultivados cogumelos em troncos de madeira. Serão produzidos cogumelos «shiitake», espécie muito apreciada no Japão, que também já tem mercado em Portugal.
O projecto, que também tem vocação turística, resulta de uma candidatura aprovada ao programa comunitário Provere, no valor de 360 mil euros. Os promotores da iniciativa, a Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar e a associação florestal Aguiarfloresta, esperam, desta forma, dar um novo impulso ao sector da produção dos cogumelos no concelho, onde, para já, predomina a apanha de cogumelos selvagens.
O Parque Micológico vai ser implementado nos antigos viveiros de Tinhela, a cerca de cinco quilómetros de Vila Pouca. A antiga casa da floresta que existe no local, por exemplo, será transformada na \"Casa dos Cogumelos\", um espaço onde irá funcionar um Centro de Educação Ambiental, onde locais e turistas serão sensibilizados para a importância desta cultura em termos ambientais. Além disso, o espaço servirá também para desenvolver a própria actividade de venda de cogumelos.
Previsto está igualmente um espaço onde as pessoas possam aprender a cultivar cogumelos e a distinguir as várias espécies, um \"Jardim Micológico\" e a criação de circuitos micológicos.
Os terrenos que circundam a casa serão aproveitados para a produção de cogumelos, nomeadamente em troncos de madeira, uma técnica que dá mais qualidade do produto. Uma das espécies a produzir serão os cogumelos \"shiitake\", muito apreciados no Japão e no Oriente, mas que também já têm mercado em Portugal, o que interessa à Aguiarfloresta. De acordo com Duarte Marques, desta associação florestal, o preço do quilo desta espécie no mercado varia entre os nove e os 13 euros. Além disso, do projecto faz também parte a plantação de árvores micorrizadas, espécies que, através das suas raízes, estabelecem uma relação com determinados fungos (que dão origem aos cogumelos) existentes no solo e, por isso, favorecem o aparecimento.
Lembrando que o cultivo de cogumelos é uma área ainda pouco explorada, Duarte Marques acredita que este projecto possa contribuir para fazer perceber à população local que este tipo de produção pode ser rentável. \"Há locais onde o cultivo de cogumelos é a primeira utilização que é dada à floresta. Cá está pouco explorada, embora já existam alguns projectos interessantes\", diz Duarte Marques.