Espanhóis querem dar nome de Trás-os-Montes à estação do comboio de alta velocidade na Sanabria que deixará Bragança mais perto de Madrid do que de Liaboa.

 

A linha do AVE (Alta Velocidade Espanhola) que ligará Madrid à Galiza prevê a construção em Otero de Sanabria de uma estação que servirá os comboios que circulam a 300 Km/hora. A 35 quilómetros de Bragança, a estação poderá colocar Bragança a duas horas e meia de distância da capital espanhola. O nome ainda não está escolhido, mas são os próprios habitantes locais que veem vantagens em que a sua estação inclua o nome de Trás-os-Montes. “O AVE servirá dois territórios e duas povoações. Sanabria e Carballeda têm 7000 habitantes, mas Trás-os-Montes é um território de 40 mil habitantes, pelo que faz todo o sentido que a estação sirva toda esta região fronteiriça. Por isso, deverá chamar-se Porta Sanabria/Trás-os-Montes”, explicou o porta-voz da Associação de Defesa da Sanabria e Carballeda. Para José Ballesteros, dois territórios desertificados juntos têm mais força e justificam a construção de uma estação de comboio de alta velocidade que lhes seja dedicada.
Apesar da estrada que separa Bragança de Puebla da Sanabria ser bastante complicada, cheia de curvas e ingreme quanto baste, o dirigente associativo afirma não se justificar a construção de uma autoestrada que una as duas localidades, até para não interferir com o Parque Natural de Montesinho. Segundo José Ballesteros, basta melhorar a estrada existente com o objetivo de encurtar o tempo de viagem até à estação ferroviária. A partir desse momento, os transmontanos estarão mais próximos de Madrid do que de Lisboa porque serão necessárias, apenas, duas horas e meia de comboio para chegar à capital espanhola. 
De acordo com o responsável, o ideal seria uma ligação ferroviária entre Bragança e Sanabria. No entanto, essa é a hipótese mais impraticável, até porque a capital do Nordeste foi apunhalada no seu ego e “roubada” no seu património enquanto dormia numa noite fria de dezembro, corria o ano de 1991. O povo lutou, mas ainda assim Bragança ficou sem o comboio que tanta falta lhe fazia, e faz. E enquanto Espanha e outros países da Europa investem cada vez mais na opção ferrovia, Portugal, pelo contrário, desativa cada vez mais linhas.
 

 



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