Chama-se Estação Rodoviária de Bragança e foi o nome encontrado pela Câmara Municipal para baptizar a nova central de camionagem, instalada na gare que, até 1992, foi o terminus da linha do Tua.
O comboio partiu definitivamente e a autarquia decidiu aproveitar a gare e o edifício da estação para as partidas e chegadas de autocarros. O resultado é uma central de camionagem onde só falta o apito do chefe da estação para acreditar que os comboios estão de volta a Bragança. Tal como há 70 anos atrás, aquando da chegada da primeira locomotiva, o nome de Bragança continua escrito nas paredes da estação, no azulejo azul e branco que caracteriza as estações da CP. Mas, as recordações do caminho de ferro não se ficam por aqui. A gare e o parque de estacionamento são atravessados por longos metros de carris, ao longo dos quais foram colocados diversos bancos em forma de carruagem de comboio. O equipamento custou 2,5 milhões de euros e foi inaugurado, no passado sábado, pelo secretário de Estado dos Transportes, Seabra Ferreira. No edifício central da estação foram instaladas as bilheteiras, dois placards electrónicos com informações das partidas e chegadas, um bar, a sala de espera e o sistema de controle e vigilância da estação. No total, o equipamento é palco de 854 e 443 partidas e chegadas de carreiras regionais e carreiras expresso nacionais, respectivamente, servido ainda de cais a 43 ligações internacionais. Expressos distanciados Os embarques e desembarques dividem- se em três módulos. O primeiro, junto às bilheteiras, destina-se às carreiras inter-urbanas e aos Serviços de Transportes Urbanos de Bragança, que a partir de agora se concentram na estação. Junto ao Lidl foram instalados dois sectores: um para mercadorias e outro para os expressos e transportes internacionais, que também dispõe de sala de espera e bar. Na hora da mudança, o Jornal NORDESTE foi falar com os funcionários da empresas de transportes, que não poupam elogios ao novo equipamento, mas apontam alguns defeitos (ver depoimentos). O principal prende-se com o facto do embarque nos expressos nacionais e internacionais ser feito a cerca de 200 metros das bilheteiras. O percurso é semi-coberto, mas se for feito com bagagens pesadas pode ser algo penoso, principalmente para os mais idosos. Confrontado com esta situação, o presidente da CMB, Jorge Nunes, garante que o figurino da nova estação foi debatido com os operadores de transportes. De qualquer forma, a autarquia poderá vir a criar um sistema de transporte de bagagens com carrinhos, tal como acontece nos aeroportos.