Estrangeiros que queiram se tornar cidadãos britânicos vão ter de passar por uma sabatina sobre assuntos relativos à cultura e à política britânicas, de acordo com planos que serão anunciados nesta quarta-feira.rn
As duas principais exigências do novo esquema, que vem sendo estudado há um ano, são que o candidato prove ter conhecimento "suficiente" de uma das três línguas faladas na Grã-Bretanha – inglês, galês ou celta – e tenha uma compreensão razoável da sociedade britânica e suas "estruturas civis".
O ministro do Interior, David Blunkett, negou que o objetivo das novas propostas seja dificultar o processo de naturalização.
Segundo Blunkett, tornar-se britânico precisa ser um evento significativo na vida de uma pessoa, algo que deve ser mais do que um mero processo burocrático.
Estão sendo estudados planos para que a obtenção da cidadania seja formalizada em cerimônias em sedes municipais do governo.
'Aulas de cidadania'
O argumento do ministro é que a exigência do conhecimento da língua e da sociedade britânica deve melhorar o processo de integração.
Em um relatório preliminar, publicado no início deste ano, a equipe de especialistas que elaboraram as propostas recomendou que os candidatos estudem para melhorar os seus conhecimentos da língua.
Segundo os especialistas, as pessoas deveriam começar a fazer esses cursos o mais cedo possível para acelerar o processo de integração ao país. Atualmente, o Estado só paga esses cursos para imigrantes que estão há pelo menos três anos no país.
O documento, no entanto, diz que as pessoas devem ser avaliadas pelo progresso que fizerem em relação ao que sabiam inicialmente, sem precisarem atingir um determinado nível de inglês.
Os especialistas também defenderam que o imigrante tenha aulas para aprender elementos do dia-a-dia da vida na Grã-Bretanha, como as fornecedoras de gás e energia elétrica, o sistema de educação e saúde pública e o funcionamento da democracia britânica.
Além disso, os candidatos teriam uma cartilha sobre a vida na Grã-Bretanha.