Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) anunciou hoje que promove na quinta-feira, em Vila Real, uma ação de protesto contra a falta de alojamento para os estudantes da academia transmontana.

A AAUTAD referiu, em comunicado, que a falta de alojamento na cidade transmontana é um problema “grave e inconcebível” e adiantou que, em forma de protesto, serão colocados 600 tecidos e almofadas que representarão "as camas que não atravessaram a serra do Marão".

José Pinheiro, presidente da direção da AAUTAD, disse que em Vila Real, onde se localiza a academia transmontana, o aumento no alojamento destinado aos estudantes foi "nulo, não havendo nem mais uma única cama disponibilizada pelo Estado”.

O Governo anunciou um aumento de 600 camas neste ano letivo, mas este concretizou-se, segundo a associação académica transmontana, “na sua esmagadora maioria, no Porto e em Lisboa”.

“Nas universidades do Interior, onde se verifica um número significativo de alunos deslocados, o aumento de camas foi zero ou abaixo de dez”, salientou a AAUTAD.

Segundo a instituição, cerca de 72% dos alunos que frequentam a UTAD são deslocados, uma situação agravada pelo “facto de 45% destes estudantes dependerem da ajuda da ação social para o alojamento”.

“Os números apresentados pelo Estado, em relação ao Plano Nacional de Alojamento, são enganadores, uma vez que, efetivamente, não houve aumento nenhum no número de camas na maioria das universidades do Interior”, disse o dirigente académico.

José Pinheiro destacou que, no caso da UTAD, a situação se torna “desesperante” para os alunos, porque este ano letivo houve “um aumento no número de entradas na primeira fase de acesso ao ensino superior, tendo ficado colocados 1.329 alunos”.

Na ação de protesto da AAUTAD contra a falta de alojamento, os alunos vão concentrar-se na Praça do Município de Vila Real.



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