O Comando Distrital de Bragança da PSP celebrou hoje 146 anos numa região com baixos níveis de criminalidade, onde a presença de estudantes de 63 nacionalidades são o principal desafio apontado.

A PSP está presente nas duas principais cidades do Nordeste Transmontano, Bragança e Mirandela, onde o Instituto Politécnico de Bragança tem mais de nove mil alunos, um terço dos quais são estrangeiros de várias partes do mundo.

Os estudantes do ensino superior são quase 26% dos 34.760 residentes na área de intervenção da PSP, onde os indicadores da criminalidade continuam a classificar todo o distrito de Bragança como “muito seguro”.

Ainda assim, o comandante distrital da Polícia, José Neto, vinca que a atuação desta força de segurança não pode cingir-se ao “dia de hoje”, mas tem que “projetar o que pode acontecer”, concretamente com o retomar da normalidade depois da pandemia.

“Nós temos hoje 63 nacionalidade de uma faixa etária muito jovem que, felizmente, vai voltar a viver normalmente a sua vida social com os seus credos, com as suas fés, com as suas representações culturais”, indicou.

Para o comandante, a região tem que “ter uma polícia capaz de estar a reagir a qualquer fenómeno que possa surgir”.

Desde que está à frente do Comando que José Neto se recusa a concretizar o número de agentes ao serviço nas cidades de Bragança e Mirandela, alegando que se trata de “matéria classificada”.

Diz apenas que não tem os agentes que devia ter e que o efetivo deste Comando representa apenas 0,9% do total nacional da PSP.

Nas comemorações do Dia do Comando, coube ao presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, especificar as carências, concretizando que faltam cerca de 40 polícias no efetivo de Bragança.

O diretor nacional adjunto da PSP, Constantino Ramos, respondeu que a estrutura superior tem “consciência da necessidade de efetivo que existe em todo o dispositivo da Polícia de segurança Pública” e que este “é um problema transversal”.

Segundo disse, a direção nacional distribuiu os novos agentes de forma proporcional às necessidades por cada comando e, no caso de Bragança, apontou que há que ter em conta que “os índices de criminalidade não são a mesma coisa que noutros sítios”.

Para melhorar as condições de operacionalidade, o comando de Bragança passa a dispor de um centro de operações com tecnologia que “permite conhecer a realidade ao momento nas duas cidades” e “garantir resposta pronta e eficiente” a ocorrências, além de facilitar a verificação das necessidades de gestão do efetivo, segundo o comandante.

A data de 04 de março passa a ser o dia do Comando de Bragança da PSP, até agora comemorado a 24 de julho, por que afinal a presença desta força de segurança na região é mais antiga do que se julgava.

De acordo com o comandante, a PSP conseguiu localizar o documento, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, que confirma a data de 04 de março de 1876 como a da criação e organização no distrito de Bragança do corpo de polícia civil.

A PSP já teve postos também em Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo, que foram extintos na década de 1990, passando todo o território do distrito, com a exceção das cidades mais populosas (Bragança e Mirandela), para a alçada da GNR.



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