O centro de música tradicional Sons da Terra (CMTST) editou duas colecções discográficas «distintas», mas consideradas «fundamentais», para perpetuar o património imaterial da região nordestina, ao longo da última década, somando agora mais de uma centena de discos.

\"A colecção principal é composta por 95 discos publicados até ao momento, sendo que a segunda coleção é composta por 16. No entanto, apenas 40 por cento dos arquivos sonoros dos registos efetuados, ao longo dos últimos 10 anos, estão em suporte de CD\", disse à Agência Lusa Mário Correia, director do CMTST.

O CMTST tem sede na vila de Sendim, no concelho transmontano de Miranda do Douro, sendo tida com uma instituição de \"relevo\" no panorama cultura da região e frequentada por investigadores da tradições da Terra de Miranda que geograficamente se estende desde Outeiro (Bragança) até Lagoaça (Freixo de Espada à Cinta), as quais se deslocam de toda a península ibérica e de outros países europeus.

A colecção principal está dividida em quatro áreas da etnomusicologia, que vai do registo da tradição oral perpetuada no tempo por novos e antigos gaiteiros e tamborileiros da região, a cânticos religiosos e populares, passando por paisagens sonoras.

A segunda colecção resulta da compilação do trabalho de novos grupos da região, incluindo um dos mais influentes gaiteiros e fabricantes de gaitas de fole da região, Célio Pires, passando pelos grupos de gaiteiros Lhenga Lhenga, Trasga e a denominada Agrícola Rock Band Pica Tomilho.

\"Se todos os registos efetuados desde o ano 2000 fossem gravados poderíamos contar com a edição de mais de 200 discos sobre a memória coletiva de um povo\", acrescentou o responsável.



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«Produção subiu exponencialmente»