A Eurocidade Chaves-Verín vai deixar de ser membro do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular por ser o momento de encontrar “novos parceiros” e por esta parceria estar “esgotada”, disse hoje o presidente, Nuno Vaz.

O anúncio foi feito hoje pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Eurocidade Chaves-Verín, em conferência de imprensa realizada em Chaves, cidade do distrito de Vila Real, para anunciar a decisão que entrará em vigor a partir de 01 de janeiro.

“Não é uma decisão contra ninguém. É a favor da Eurocidade, no sentido de podermos desenhar outro caminho de cooperação com outras instituições que nos possam aportar outro tipo de vantagens que nesta perspetiva entendemos que o Eixo Atlântico já se esgotou”, afirmou aos jornalistas Nuno Vaz, que preside à Câmara de Chaves e a esta eurocidade.

Para o socialista, este “é o momento” para encontrar novos parceiros, quer junto das instâncias europeias, quer junto das instituições “que verdadeiramente decidem os projetos da Eurocidade que possam ser financiados”.

Considerando que esta cooperação está “esgotada”, o autarca de Chaves explicou que o Eixo Atlântico tem uma estratégia que “passa pelos grandes municípios”.

“Precisamos de encontrar outros parceiros que possam ter outra política e um enquadramento mais pensado para estruturas como a Eurocidade”, realçou.

Nuno Vaz explicou ainda que não foi estabelecida nenhuma nova parceria e que os parceiros do projeto transfronteiriço são os Governos de Portugal e Espanha, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) ou “outros parceiros que possam amplificar os projetos e estratégias”.

“Fica fechado este ciclo e abrem-se novos ciclos para que a relação transfronteiriça possa ser aumentada, pois acreditamos verdadeiramente que o próximo quadro europeu 2021-2027 vai dar uma atenção particular a esta cooperação e queremos intensificá-la”, atirou.

Além do presidente da Eurocidade, Nuno Vaz, esteve também presente o presidente do município espanhol de Verín, Gerardo Seoane.

Para o autarca espanhol, a decisão surgiu no seguimento de uma vontade em “refundar a Eurocidade” e redefinir os objetivos estratégicos.

“Nos dias de hoje as necessidades são a nível demográfico, de comunicações, energia ou meio ambiente”, vincou.

Gerardo Seoane sublinhou ainda que as necessidades de colaborações são outras e que a presença no Eixo Atlântico terminou a sua etapa.

A Eurocidade Chaves-Verín pertence Eixo Atlântico desde 2017 e a decisão foi tomada por unanimidade na assembleia geral de quinta-feira, e já vinha a ser pensada há um ano, acrescentou.

Os dois municípios, que estão unidos desde 2007 no AECT, já partilham um cartão de cidadão que dá acesso a piscinas, bibliotecas, eventos, formações ou concursos, bem como uma sede, uma agenda cultural, instalações desportivas e recreativas, transporte gratuito entre as duas localidades e atividades conjuntas.

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma entidade sem fins lucrativos que se dedica a apoiar todas aquelas iniciativas que fomentem a cooperação transfronteiriça.



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