O acordo entre os antigos proprietários do Café Excelsior e os novos donos do edifício agora em obras, que decidirá sobre a manutenção ou não daquele espaço emblemático da cidade de Vila Real com perto de 100 anos, ainda não foi conseguido. Segundo Mário Pinto, um dos proprietários do café, \"apesar da mediação prometida pela Câmara, e que está de facto a acontecer, ainda não há solução definitiva entre as partes\".
Por enquanto, a família Pinto, que explorava o espaço há mais de 50 anos, ainda não recebeu \"qualquer indemnização\", nem sabe se vai receber ou se irá \"ter direito a um lugar depois da remodelação do edifício, ainda que seja mais pequeno que o antigo\", conforme chegou a estar acordado, acrescentou Mário Pinto.
Entretanto, o Excelsior mudou-se para as Galerias Novabila, a escassos metros do local de origem. Naquela zona, \"o movimento e a animação aumentaram muito\", disse, ao JN, Maria das Dores, proprietária de um pronto a vestir ao lado das instalações provisórias. Maria Lagoa, dona de uma loja de roupa para bebés, acrescenta que, \"mesmo para os que trabalham nas galerias, tornou-se uma espécie de ponto de encontro\".
Na última reunião da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara esclareceu que \"chegou a ser posta a possibilidade de a autarquia adquirir aquele espaço ao actual proprietário do imóvel\". Mas, disse o autarca, \"quer o preço do imóvel na totalidade quer do espaço referente apenas ao café eram valores incomportáveis para a autarquia\". Manuel Martins não quis revelar os números, mas prometeu à Oposição \"fazê-lo em breve\".
O café emblemático da capital transmontana foi obrigado a uma transferência forçada de instalações, mantendo-se agora como agência da Santa Casa da Misericórdia e, por inerência quase, como espaço de convívio e leitura de jornais. O prédio em cujo rés-do-chão funcionava desde os primeiros anos do século passado ameaçava ruir, depois de ter sido adquirido há alguns anos por uma imobiliária.