«Este ano ultrapassámos os 450 alunos matriculados na disciplina de língua e cultura mirandesa, sendo que este número representa mais de metade da população estudantil do AEMD», explicou António Santos.
Em relação ao anterior ano letivo, verifica-se um aumento de mais de duas dezenas de alunos.
\"Fico satisfeito com o aumento do interesse demonstrado pelos alunos para estudarem língua e cultura mirandesa, mesmo sendo uma disciplina de opção\", frisou o responsável.
Este aumento crescente dos alunos pela disciplina reflete-se em diversos trabalhos elaborados no âmbito das atividades extracurriculares, como é caso de uma revista e de um jornal escritos em língua mirandesa pelos alunos.
\"Eu creio que há uma nova vitalidade em torno da língua mirandesa e estou muito otimista em relação ao seu futuro. Mas preciso criar melhores condições para o ensino do mirandês no meio escolar para se continuar no bom caminho \", acrescentou António Santos.
Já Thibaut Ferreira, um aluno que deixou o AEMD para continuar os estudos em outras paragens, disse que aprender mirandês foi importante na sua vida.
\"Os meus pais sempre me incentivaram a aprender a língua mirandesa, coisa que faço desde os cinco anos e logo que comecei a escrever as primeiras palavras\", recordou o antigo aluno.
Thibaut Ferreira foi um dos muitos alunos que, esta segunda-feira, se reuniram na Escola Secundária de Miranda do Douro para assistirem a apresentação de uma nova publicação bilingue (Mirandês/Português), acontecimento que colocou os alunos em contacto com estudiosos, escritores e investigadores que ainda resistem em manter \"viva\" a segunda língua oficial em Portugal.
Na opinião de Amadeu Ferreira, um dos mais relevantes investigadores e escritores do Mirandês, as escolas do concelho de Miranda do Douro têm um papel importante na dinamização e aprendizagem da língua mirandesa.
O ensino do Mirandês, como opção, nas escolas do concelho de Miranda do Douro, é ministrado desde o ano letivo 1986/1987, por autorização do ministério da Educação.