Ana Cristina Pedroso, adjunta do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, afirmou hoje que as situações de exploração de mão-de-obra tem crescido com o aumento da emigração portuguesa.

“Tudo é publicitado e tudo por vezes é falso”, disse Ana Cristina Pedroso no XIV Encontro de Formação de Agentes Sociopastorais das Migrações, que decorre em Albergaria-a-Velha até domingo. Segundo a adjunta do secretário de Estado das Comunidades, os problemas principais com que os emigrantes portugueses se deparam dizem respeito à falta de condições de alojamento, ao incumprimento do pagamento contratado, à má alimentação e às muitas horas de trabalho.

“Há empresas falsas que se servem de nomes de empresas verdadeiras”, alertou Ana Cristina Pedroso, desafiando os agentes sociopastorais das migrações para a contínua divulgação de campanhas de prevenção junto das populações que desejam sair de Portugal. A Secretaria de Estado das Comunidades, em parceria com a Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), a rede consular e associativa e também com os sindicatos está a desenvolver a campanha “Informe-se antes de partir”. A campanha consiste na divulgação de informações genéricas sobre a emigração, a publicação de uma brochura onde se detalham aspetos a ter em conta antes de sair e ainda dados específicos sobre os países de maior destino dos emigrantes portugueses.

Nesta campanha, divulgam-se por exemplo informações sobre preços médios de hotel nos diferentes países, o custo de refeições ou de aluguer de casa, que nalguns casos atingem os oito mil euros, com exigências de cauções de seis a oito meses. “O trabalho da Secretaria de Estado das Comunidades é acima de tudo de prevenção”, referiu Ana Cristina Pedroso, valorizando o papel da comunicação social para “fazer chegar a informação” junto de potenciais emigrantes. A adjunta do secretário de Estado referiu também o papel “excelente” das estruturas da Igreja Católica na divulgação das campanhas de prevenção e no apoio aos emigrantes em situações de carência, valorizando ainda o trabalho das associações.

“As associações são muito importantes no acolhimento e integração dos portugueses que chegam: dão formação, informação, acolhimento e apoio quando é necessário”, afirmou Ana Cristina Pedroso. Segundos dados do Instituto Nacional de Estatística, entre 2010 e 2011 a emigração aumentou 85% em Portugal, ano em que saíram de Portugal 44 mil pessoas; em 2012, esse número subiu para 121.418, sobretudo jovens com menos de 30 anos. Cerca de cinco milhões de portugueses residem no estrangeiro, sendo Portugal um dos países com maior número de cidadãos no exterior. O Encontro de Formação de Agentes Sociopastorais das Migrações assinala em Portugal o Dia do Migrante e Refugiado e analisa este ano o tema “Aventuras e desencantos na emigração”.

A decorrer em Aveiro, esta iniciativa da OCPM, da Cáritas Portuguesa e da Agência ECCLESIA termina este domingo com uma conferência de D. Manuel Clemente sobre o tema “Migrantes e Refugiados: Rumo a um Mundo Melhor”, na Sé de Aveiro. D. Manuel Clemente preside também à missa de encerramento que, assim como a conferência, será transmitida na internet em http://www.livestream.com/dioceseaveirotv.



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