O contrato "definitivo" que vai permitir a exploração mineira no concelho de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, foi assinado nesta quarta-feira no Ministério da Economia, revelou à Lusa o presidente da câmara de Torre de Moncorvo.
De acordo com Nuno Gonçalves, o contrato vai permitir que num prazo de 18 meses seja iniciada a exploração das minas de Torre de Moncorvo.
"Esta é uma boa notícia para o concelho de Torre de Moncorvo, para o distrito de Bragança e para o país. Como sempre disse, este é um desígnio nacional já que vai ajudar à empregabilidade no território onde há falta empregos", frisou.
No início de 2016, os responsáveis pela MTI-Ferro de Moncorvo, SA avançaram que a empresa concessionária da exploração mineira em Torre de Moncorvo esperava investir 114 milhões de euros até 2026 e produzir de seis milhões de toneladas de minério nos primeiros cinco anos de laboração.
O presidente do conselho de Administração da MTI - Ferro de Moncorvo, SA, António Frazão, referia que os custos de capital a investir está escalonado ao longo da vida do empreendimento, com uma previsão de investimento de cerca de 38,5 milhões de euros para iniciar a produção.
Segundo o responsável, nos primeiros cinco anos de exploração a empresa estima que a produção de minério tal-qual (produzido na mina) evolua das 800 mil toneladas do primeiro ano para 1,6 milhões de toneladas no quinto.
"No final destes cinco anos, o total de minério produzido deverá totalizar seis milhões de toneladas, a que a MTI faz corresponder uma percentagem de recuperação em massa de ferro de 90%, resultante do processo de beneficiação do minério, o que se traduzirá numa produção de concentrados de 5,4 milhões de toneladas", adiantou.
O impacto da exploração de minério de ferro no produto Interno Bruto, a MTI aponta que o valor anual da produção de concentrados a partir do oitavo ano de produção representará 0,2% do valor total das exportações nacionais e 0,07% do PIB.
"A este relevo económico acresce o efeito multiplicador na economia nacional, regional e local. A receita bruta prevista a partir do oitavo ano (velocidade cruzeiro) será de 143 milhões de Euros/ano, correspondendo 5,72 milhões de euros/ano a receitas para o Estado", contabilizou.
No que respeita à possibilidade de o mineiro de ferro ser convertido no território das minas, o patrão da MTI - Ferro de Moncorvo avançava que a transformação do minério em concentrado de ferro (processo de beneficiação) será feita na lavaria, situada junto à área de exploração, e que toda a produção se destina a exportação para as siderurgias europeias.
A Via Navegável do Douro (VND) será sempre uma opção "importante" para o transporte do minério de ferro.
Após o abandono do projecto e construção de um mineroduto, prevê-se que na fase inicial do projeto o escoamento da produção seja feito por via ferroviária e rodoviária, dados os actuais condicionalismo da VND.
A dimensão futura do empreendimento, do investimento e a complexidade tecnológica do seu funcionamento " recomendam que a futura entrada em funcionamento da exploração mineira decorra no âmbito de um consórcio internacional
A exploração mineira em causa, abrange uma área de cerca 4,624 hectares localizados na União de Freguesia de Felgar e Souto da Velha, Felgueiras e Maçores, e nas freguesias de Mós, Carviçais, Larinho, Torre de Moncorvo e Açoreira.
Em 2008, MTI - Ferro de Moncorvo formalizou um contrato de prospecção e pesquisa com o Estado que termina no final de 2016.
Ao longo de cinco anos a MTI espera um total de minério produzido deverá totalizar seis milhões de toneladas, a que faz corresponder uma percentagem de recuperação em massa de ferro de 90%, resultante do processo de beneficiação do minério, o que se traduzirá numa produção de concentrados de 5,4 milhões de toneladas.
Segundo a MTI, numa primeira etapa considera-se a criação de mais de 200 postos de trabalho directos, a que acrescerão mais de 250 postos de trabalho nas etapas seguintes. Estima-se ainda a criação de 800 postos de trabalho indirectos.
Lusa, Foto: Leonel Brito