O secretário de Estado adjunto das Obras Públicas apelou esta segunda-feira à população do Interior para que não dificulte o processo de expropriações para novas estradas, porque o atraso retardará o desenvolvimento económico.
A necessidade de dar andamento rápido às obras das novas estradas foi destacada ontem em Macedo de Cavaleiros, pelo secretário de Estado adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, que assistiu à apresentação dos projectos da Auto-Estrada Transmontana e da concessão do Douro Interior. Paulo Campos frisou a importância de não repetir o que acontecia com as obras no passado \"quando os processos demoravam quatro e cinco anos\".
A vontade de prosseguir rapidamente foi ainda manifestada através de um repto que o secretário de Estado lançou à população, a quem apelou para que não dificulte as expropriações de terrenos, acrescentando que é necessário \"diálogo e entre-ajuda\" entre as várias partes, nomeadamente concessionárias, câmaras, juntas de freguesia e residentes. \"Para minimizar as dificuldades nas expropriações e cumprir prazos\", referiu. Só no Douro Interior, da qual fazem parte o IP2 e o IC5, estima-se que sejam gastos entre 40 a 50 milhões de euros em expropriações.
Para ganhar tempo, a empresa concessionária da Auto-Estrada Transmontana (A4) não vai aguardar pela declaração de utilidade pública dos terrenos para fazer expropriações. Rodrigo de Castro, responsável pela empresa Auto-Estradas XXI, a concessionária, admitiu que a empresa está disposta \"a negociar directamente\" com os proprietários para \"aligeirar\" processos.
Na concessão do Douro Interior as obras já começaram, está a decorrer a melhoria de um troço do actual IP2, entre Macedo de Cavaleiros e Valebenfeito.
A A4 tem praticamente concluído todo o processo de levantamento das parcelas de terreno a expropriar e respectivos proprietários, \"se tudo correr bem\" a obra começará antes de Maio, referiu o responsável da empresa.
Até Setembro, deverão estar no terreno as várias frentes de obra das três novas estradas. A A4 terá uma extensão de 130 quilómetros, e ligará Amarante e Vila Real e Vila Real a Quintanilha (Bragança), atravessando sete concelhos. A concessão do Douro Interior tem uma extensão de 270 quilómetros, dos quais 261 são de construção nova. Desta concessão faz parte o IP2, que ligará Celorico da Beira (Guarda) a Valebenfeito (Macedo de Cavaleiros), e o IC5 que fará a ligação entre Murça (Vila Real) e Miranda do Douro.
Os primeiros lanços deste pacote de estradas estarão concluídos em Novembro do próximo ano, e o total das duas concessões em 2011. As empreitadas vão originar uma movimentação económica \"que vai animar a região\", salientou Paulo Campos, gerando postos de trabalho e captando gente de outras zonas do país. A Concessão do Douro Interior vai criar 4000 postos de trabalho directos e a A4 2600, e perto de 13 mil indirectos.
Se os impactos positivos são dados como certos, as obras também terão impactos ambientais negativos. No caso da A4 o troço tem projectos \"agarrados\" ao IP4 para minimizar os impactos negativos, salientou Rodrigo de Castro. Nos nós de Podence e Lamas (Macedo de Cavaleiros) os projectos estão em reformulação de modo a minimizar os impactos, uma vez que a A4 passaria muito próximo de zonas habitacionais e de ribeiras.