A direção regional do PCP de Bragança classificou hoje de desadequadas às necessidades da região as condições anunciadas pelo Governo para retomar a ligação aérea entre Trás-os-Montes e Lisboa, suspensa desde novembro.

Os autarcas de Bragança e Vila Real ficaram a saber, numa reunião com o primeiro-ministro, a 08 de janeiro, que o Governo prevê retomar a carreira aérea Bragança/Vila Real/ Lisboa em \"meados de março\" e que o modelo de financiamento será idêntico ao que vigora na Madeira, com subvenção ao passageiro e não à operadora.

As novas condições \"não correspondem às necessidades da região\", defende o PCP de Bragança, num comunicado em que acusa o Governo de não dar \"garantias de financiamento adequado e nem sequer de condições de funcionamento adequadas às necessidades da população e ao desenvolvimento económico\".

Os comunistas acusam ainda o Governo de \"falhar os compromissos assumidos\" por a nova previsão do restabelecimento da carreira aérea apontar para meados de março, um mês depois do prazo anteriormente anunciado.

O cancelamento dos voos é, para o PCP, \"mais um dos exemplos do abandono a que este Governo tem condenado o Interior do país, particularmente a região de Bragança\".

A direção regional do partido promete que \"tudo fará para assegurar que este serviço seja restabelecido com todas as condições necessárias à região e a todos os que nela vivem e trabalham\".

\"O grupo parlamentar do PCP questionará o Governo sobre a matéria, designadamente quanto à data em concreto que prevê efetivamente retomar a ligação e ao valor futuro da ligação e que custos assumirá o Governo\", adianta.

A estrutura partidária indica ainda que os deputados comunistas na Assembleia da República pedirão ainda explicações ao Governo \"sobre as razões pelas quais não procurou uma solução que evitasse esta interrupção\".

\"Reclamará ainda informações sobre as implicações que teve e terá para Trás-os-Montes a inexistência desta ligação durante tantos meses, designadamente ao acentuar a desertificação e despovoamento e a agravar os problemas económicos e sociais que hoje afetam gravemente a região\", acrescenta.

A carreira aérea ligou Trás-os-Montes a Lisboa ininterruptamente nos últimos 15 anos, encurtando para pouco mais de uma hora a distância entre a Bragança e a capital.

O serviço era assegurado através de concursos públicos de concessão realizados de dois em dois anos.

O Governo deixou passar o prazo para o lançamento de novo concurso e decidiu interromper a ligação, a 27 de novembro, para reanalisar o financiamento, alegando que a União Europeia não autorizava o modelo em vigor.



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