Foram muito poucas as pessoas que assistiram, na passada segunda-feira, no auditório da Nervir - Associação Empresarial de Vila Real, ao seminário onde se apresentou o resultado do segundo observatório realizado no âmbito das dinâmicas empresariais do distrito.
Já se tinha realizado, no primeiro semestre deste ano, um observatório, que incidiu sobre a dinâmica das empresas em termos de mercados, na capacidade e necessidade de investimento e financiamento e na qualificação dos seus recursos humanos, entre outros. Com o observatório do segundo semestre pretende-se, segundo Cristina Silva, da SPA Consultoria, por um lado, \"dar continuidade ao primeiro observatório e aferir a evolução de alguns temas aí tratados\". Por outro, \"analisar os assuntos que se concluíram ser mais pertinentes na análise do primeiro observatório\".
Este segundo observatório centrou-se assim na evolução dos mercados no curto prazo (procura, vendas, compras); na evolução da situação económica e financeira das empresas; nas dificuldades na qualificação da mão-de-obra; nos principais entraves à produtividade das empresas; no grau e qualidade de informatização nas empresas; nas consequências da introdução do euro para as empresas; nas estratégias das empresas no curto e médio prazo e na avaliação dos serviços prestados pelas associações e pertinência da prestação de novos serviços.
Enquanto no primeiro observatório foram analisadas 49 empresas, neste apenas 41 entregaram o inquérito necessário devidamente preenchido. Destas, 61 por cento laboram no ramo da construção civil e 39 por cento dedicam-se à vitivinicultura.
Da avaliação feita no segundo observatório foram retiradas várias conclusões. Segundo Cristina Coelho, \"nesta altura, é notório o aumento de confiança dos empresários no mercado, esperando-se uma evolução muito positiva da procura, vendas e compras para o início do próximo ano, ainda que a evolução para o segundo semestre de 2002 se mantenha negativa\". Para além disso, \"os empresários acreditam que estamos perto do ponto de inversão de uma conjuntura desfavorável, ou seja, a conjuntura está tão mal que a partir de agora só pode melhorar\". Destas conclusões sobressaem também \"as dificuldades logísticas e a falta de competitividade nos preços, que parecem ser os maiores entraves que se apresentam às empresas da região quando elas pensam em expandir-se para outros mercados\". Mas a mão de obra qualificada é, segundo este observatório, uma das maiores dificuldades com que as empresas do distrito se debatem.
Distrito lidera
nas rochas ornamentais
Neste seminário foi também apresentada uma análise da evolução tecnológica e dos sistemas de informação das empresas da fileira das rochas ornamentais.
Segundo Cristina Coelho, das 1294 empresas industriais existentes no distrito, 95 dedicam-se à extracção ou transformação de minerais não metálicos, sendo esta a segunda actividade industrial do distrito. Chaves e Vila Pouca representam 66 por cento da indústria extractiva e, junto com Vila Real e Mondim de Basto, somam 92 por cento desta actividade. Na transformação de minerais não metálicos, Chaves produz quase metade dos produtos transformados na região. O conjunto de Chaves, Vila Real e Vila Pouca representa 77 por cento desta actividade. A nível nacional, Vila Real situa-se em segundo lugar na lista dos distritos onde se produz um maior número de rochas ornamentais.
No estudo foram apresentadas seis empresas do distrito com sucesso neste ramo, sendo três de extracção de pedra e as restantes de transformação. Segundo os dados fornecidos pelo estudo, o volume de negócio numa delas situa-se entre os 500 mil contos e o milhão de contos, quatro delas entre os 250 mil contos e os 500 mil contos, e outra entre 150 mil e 250 mil contos. Em todas estas empresas uma parte significativa da produção é exportada, sendo o mercado espanhol o principal cliente.