A maioria das ofertas de emprego que chegam ao Gabinete de Saídas Profissionais da Universidade de Vila Real são da área das ciências agrárias, a qual tem sido cada vez menos procurada, disse, ontem, fonte universitária.

O Gabinete de Apoio das Saídas Profissionais (GASP) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a funcionar desde 2002 e tem inscritos cerca de 1.700 licenciados à procura do primeiro emprego ou de mudança de emprego.

O pró-reitor António Fontaínhas Fernandes afirmou, à Lusa, que o GASP pretende ajudar os licenciados a entrar no mercado de trabalho, efectuando a ligação entre estes e as empresas.

O responsável confirmou que a maior parte das ofertas de emprego que chegam àquele gabinete dizem respeito à área das ciências agrárias, cujos cursos são cada vez menos procurados pelos universitários.

Segundo António Fontaínhas, as Ciências Agrárias representaram 28% da procura de emprego no GASP e 37% dos empregos oferecidos em 2006. Em 2005, inscreveram-se no GASP nove alunos de Engenharia Florestal e verificaram-se 31 ofertas de emprego nesta área.

Este ano lectivo, a UTAD oferecia 20 vagas em Engenharia Florestal, mas entraram apenas três alunos, enquanto das dez vagas para Engenharia Agronómica só três foram preenchidas. No curso de Enologia, foram preenchidas 22 das 25 vagas.

Os cursos de Engenharias e Tecnologias representam 7% da procura de emprego no GASP e 21% da oferta de emprego em 2006, enquanto nas áreas das Ciências Económicas e Empresariais e Ciências Ambientais verificou-se um equilíbrio entre a oferta e a procura.

No caso do ensino, registou-se uma situação inversa, ou seja, a percentagem de empregos oferecidos é menor relativamente à procura (21% da procura de emprego e 5% de oferta).

O GASP apoia os estudantes e recém-licenciados no processo da procura de emprego, nomeadamente na elaboração de curriculum vitae, cartas de candidatura e preparação para entrevistas, recolhe e divulga as ofertas de emprego e de formação profissional e contacta regularmente as empresas empregadoras.

Dois casos

Elisabete Costa, de 32 anos, acabou o curso de Engenharia Agronómica em Setembro, inscreveu-se em Outubro no GASP e, anteontem, cumpriu o primeiro dia de trabalho numa empresa de vendas de material agrícola. \\"Consegui quatro entrevistas de trabalho através do gabinete e, finalmente, consegui emprego na região, que era a minha ambição\\", frisou.

Por sua vez, Maura Fraga, de 23 anos e recém licenciada em Economia, está desde Setembro à procura de emprego. Embora já tenha efectuado três estágios em instituições bancárias, um deles obtido através do GASP, Maura considera que é difícil arranjar emprego naquele sector devido à muita procura.

Para analisar as saídas profissionais da UTAD e o percurso dos licenciados no mercado de emprego, a universidade criou o Observatório Escolar. Segundo António Fontaínhas, este observatório pretende criar uma base de dados.



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