O ministro da Saúde afirmou ontem que o presidente da Câmara de Chaves «tornou a sua própria vida mais difícil\" ao \"contribuir para a movimentação» contra o fecho das urgências naquela cidade, assumindo «uma postura consumada e não negocial».
De acordo com Correia de Campos, o ministério está a negociar as alterações à rede de urgências com os municípios. Mas, como o autarca de Chaves não esperou pela reunião marcada para Março, \"o Governo olhará de forma diferente\" para este caso.
Questionado o significado destas palavras, Correia de Campos garantiu que \"a população não ficará prejudicada\" e que \"o Governo ter obrigação de ouvir toda a gente\".
Em conferência de imprensa, o ministro afirmou que o autarca de Chaves \"e os outros munícipes do Alto Tâmega, todos eles do PSD, entenderam convocar uma manifestação que perturbou a ordem pública e a livre circulação dos cidadãos, interrompendo as negociações\". E lembrou que as urgências de Chaves só vão fechar quando estiverem concluídas as novas estradas para Vila Real. Os primeiros protocolos que estão a ser negociados com as câmaras afectados com a mudança na rede de urgências \"deverão ser concluídos o final da próxima semana\".
O governante defendeu que a estratégia não é fechar serviços, mas dar a mesma qualidade de atendimento a todas as pessoas. \"Se não fizéssemos nada, todos os pequenos hospitais ficariam daqui a dez anos em estado calamitoso. Não queremos que morram, queremos dar-lhes uma nova vitalidade\", disse. E lembrou o escasso número de atendimentos e de médicos em Chaves - a maioria sem idade para fazer bancos. \"Nenhum ministro tem uma varinha mágica para ali colocar um anestesista com a juventude e o glamour do Dr. Kildare\", disse.
O autarca de Vila de Conde tinha ontem uma reunião marcada com o ministro, mas que o governante cancelou por se encontrar doente com gripe, mantendo, no entanto, a conferência de imprensa e a entrevista, à noite, num canal de televisão.