Festa, convívio e formação foram os três pólos aglutinadores que atraíram milhares de visitantes a Macedo de Cavaleiros, fazendo da cidade durante três dias a capital agrícola do distrito.
Terminou este domingo, em Macedo de Cavaleiros, a segunda edição da Feira da Agricultura de Trás-os-Montes. Foram milhares os visitantes, que entre os dias 19 e 21 de maio, fizeram questão de não perder uma panóplia de iniciativas relacionadas com um dos setores económicos mais importantes da região transmontana, a agricultura.
Apoiando o esforço de modernização do maior setor económico da região, o município macedense decidiu apostar, este ano, na formação e na transmissão de conhecimentos com um congresso e um seminário que apresentou uma diversidade de temas e que deu a conhecer oportunidade de escoamento da produção.
Depois da 1ª edição em 2016, a Feira da Agricultura de Trás-os-Montes procurou manter a matriz de espaço de promoção e negócios, na tentativa, diga-se, bem-sucedida, de procurar dinamizar o setor, já que se registou um aumento do número de expositores empresariais nas componentes de maquinaria e transformação de produtos. Outro exemplo que personifica o esforço e a política que tem vindo a ser implementada pelo executivo, é revelado pela escolha de um espaço central para o posicionamento do Mercado de Produtos Regionais, representado por agricultores e empresários agrícolas das freguesias do concelho, no sentido de tentar potenciar o negócio de todos aqueles que participaram na feira.
“Viemos mais um ano, a ver esta feira, a mostrar o nosso produto que é o principal. Temos enchidos, frutos secos, ovos, licores, cerejas, de tudo um pouco”, começou por revelar Maria Gomes, uma expositora de Podence, sublinhando que, este ano, o certame “está ainda melhor, mais preenchido e quanto ao pessoal, maravilha”.
A integrar o cartaz, estiveram, ainda, os concursos de animais de raças autóctones, as chegas de bois, a garraiada, as demonstrações equestres e a gincana de tratores, entre muitas outras iniciativas que fizeram as delícias dos milhares de pessoas que não deram o seu tempo por mal empregue na visita a um certame que é já uma referência em Trás-os-Montes.
“O balanço é extremamente positivo. É, sem dúvida, um momento de encontro dos agricultores da região do nordeste transmontano e atrevo-me a dizer que foi um enorme sucesso”, afiançou o vice-presidente do município macedense, para quem esta feira “só revela o enorme dinamismo que a atividade agrícola tem no nosso concelho e na região”.
Nas palavras de Carlos Barroso, “durante o decurso do certame, além do encontro, da festa e do convívio, que são momentos essenciais, trouxemos aqui conhecimento aos nossos agricultores, por exemplo, no combate ao cancro do castanheiro, e esse conhecimento, essa aposta na formação, é talvez a componente mais importante”.
Agricultores conheceram oportunidades para entrar no mercado das grandes superfícies e Clube de Produtores do Continente abre portas em Macedo de Cavaleiros
A Agricultura pode representar um futuro de sucesso. O setor ganha dinamismo e as oportunidades são geradas todos os dias. Foram as principais conclusões do colóquio da Feira da Agricultura de Trás-os-Montes, decorrido na manhã de domingo, dia 21 de maio. Nesta ação, os agricultores conheceram, ainda, formas de certificar e valorizar os seus produtos, bem como uma janela de oportunidade para entrar no mercado das grandes superfícies.
“O Continente trabalha com todas as dimensões de produtores, desde pequenos produtores, empresas familiares e até grandes grupos”, revelou Ondina Afonso, do Clube de Produtores do Continente, indicando que a entrada neste mercado, que procura produtos frescos todos os dias, fica assim aberta para muitos dos agricultores que marcaram presença no colóquio.
De acordo com a responsável, esta é uma “relação em que ambas as partes ganham. O Continente, por um lado, passa a conseguir apresentar produtos genuínos, da terra, valorizando a produção nacional, ao mesmo tempo que contribui para a valorização do território e para a empregabilidade”, sendo que, atualmente, são já 20 os produtores ou grupos de produtores no Continente.
Ainda durante o colóquio, Rui Calvo da Desteque evidenciou os 6 milhões de Euros que a Associação gere no âmbito deste quadro comunitário de apoio. Além da medida destinada aos “Pequenos Investimentos na Agricultura”, que terá nova abertura “provavelmente” no fim do ano, o responsável referiu que a medida de “Transformação e Comercialização” já foi aberta, estando para breve a “Diversificação da Atividade na Exploração Agrícola” e em preparação o concurso para a “Promoção dos Produtos de Qualidade”.
Francisco Pavão, conhecido dirigente associativo e produtor de azeite, apresentou o projeto “YEP”, de 6 jovens produtores de azeite transmontanos, que entrou agora no mercado Holandês e aceita a entrada de novos produtos. Abílio Duarte, da SATIVA, demonstrou as vantagens e os passos que conduzam à certificação de produtos e Eugenia Duarte, do IPB, referiu-se ao futuro do castanheiro, evidenciando o produto biológico de combate ao cancro do castanheiro e que rejuvenesce a esperança do setor.
Usando da palavra no início e fim do colóquio, o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros defendeu que o colóquio da Feira da Agricultura pretendeu “mostrar oportunidades, mostrando formas como comunicar com o mercado, mercado esse onde todos têm lugar, como ficou bem patente”.
Segundo Duarte Moreno, a agricultura “constitui uma oportunidade para combater o despovoamento. São muitos os jovens que, se calhar com as portas fechadas noutras áreas, veem neste setor oportunidades, asseverando que “a inovação que trazem é uma valorização extraordinária para a produção transmontana”.
GALERIA FOTOGRÁFICA EM: http://diariodetrasosmontes.com/fotogaleria/macedo-feira-da-agricultura