A região transmontana é responsável por 85 por cento da produção portuguesa de castanha, que gera anualmente um volume de negócios de 30 milhões de euros e colocou Portugal à frente de Espanha, segundo entidades ligadas ao sector.

Os dados foram hoje divulgados, em Bragança, por entidades ligadas ao sector, que promovem no próximo fim-de-semana (30 e 31 de Outubro) uma feira dedicada a este produto.

O certame tem lugar em Terroso (Bragança), uma freguesia localizada na chamada Terra Fria Transmontana, onde se encontra a maior mancha de soutos em Portugal.

De acordo com o vice-presidente da Câmara de Bragança, Rui Caseiro, esta zona é responsável por metade das 30 mil toneladas de castanha produzidas no país, enquanto que a região de Trás-os-Montes assegura 85 por cento da produção portuguesa.

Segundo Leonel Vaz, membro da associação para o desenvolvimento local CORANE, a castanha é \\\\"um dos poucos produtos agrícolas que ainda é rentável e encontra-se em expansão\\\\", com a plantação de novas árvores, que superam as dizimadas por doenças ou intempéries.

A freguesia que organiza a feira, Terroso, foi vítima destas adversidades, quando uma chuva de granizo, em Maio, arrasou praticamente toda a produção local, sem que os produtores tenham sido ainda compensados.

Mesmo estando em causa uma parte reduzida da produção, cerca de 70 toneladas, o presidente da freguesia, Hélder Martins, realça que \\\\"esta produção é o principal sustento de muitos produtores\\\\".

A maior parte da produção de castanha da região é vendida a empresas intermédias que exportam, sobretudo para o Brasil.

Nos últimos anos, uma empresa localizada nas redondezas de Bragança, a Sortegel, tem sido a responsável por um novo aproveitamento para esta produção, comercializando castanha congelada para diversos países europeus.

Segundo os promotores da feira da castanha da Terra Fria, o principal problema com que se debate a região é a falta de mão-de-obra para a apanha, que está a iniciar-se e se prolonga por cerca de um mês.

Mesmo com os produtores dispostos a pagarem entre 30 e 50 euros ao dia, não há trabalhadores interessados em fazer este trabalho, pelo que a nova aposta é mecanizar a apanha.

Durante a feira de Terroso vai ser feita a demonstração de uma máquina de apanha, para sensibilizar os agricultores locais para este novo método, já muito utilizado em países como a Itália.



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