Decorre em Miranda do Douro até amanhã mais uma edição da feira de artesanato. A iniciativa é da Associação Comercial e Industrial e junta cerca de 70 artesãos, alguns com trabalho ao vivo.
Um dos principais produtos do artesanato mirandês é o vestuários em pardo, onde figura a Capa de Honra, mas também as cutelarias, objectos esculpidos em madeira, instrumentos musicais e tanoaria. Um conjunto de actividades que assume cada vez mais importância económica.
Confrontado com o potencial económico do artesanato de Miranda do Douro, Francisco Cangueiro, um dos artesãos do concelho que percorre as principais feiras do país, garante que \"é preciso criar um organismo de apoio ao artesão, já que este tipo de actividade ajuda a promover a região. O apoio não tem que ser directo, mas sim para promover o sector dentro e fora de portas\".
Dada a sua proximidade com Espanha, o concelho de Miranda do Douro é bastante procurado pelos os espanhóis, sendo o artesanato um dos produtos mais requisitados, logo a seguir à gastronomia.
A tradicional Capa de Honra mirandesa é hoje considerada como ex-líbris do artesanato e da cultura mirandesa, com uma visibilidade só ultrapassada pelos pauliteiros.Esta peça de vestuário feita em burel era utilizada pelos homens mirandeses nos frios dias de Inverno, já que feita num tecido grosso e praticamente impermeável. Ricamente ornamentada com desenhos únicos, com as tradicionais Honras, na opinião dos artesãos é impossível haver duas capas iguais. Uma Capa de Honra fabricada pelas mãos dos artesãos e artesãs mirandeses pode custar entre os 400 e os 750 euros.
Esta peça de vestuário é utilizada pelas entidades locais na recepção aos ilustres visitantes e por vezes é oferecida a figuras de destaque.
