A feira de gado de Chaves foi suspensa esta quarta-feira devido à detecção de um foco do serótipo 1 da doença da Língua Azul numa exploração daquele concelho, revelou o veterinário municipal, citado pela Lusa.
Segundo instruções da Divisão de Intervenção Veterinária de Chaves, Sotero Palavras suspendeu por «tempo indeterminado» a feira, que se realiza todas as quartas-feiras e reúne produtores da região Norte.
Esta medida foi tomada, segundo o veterinário, depois de ter sido detectado um foco do serótipo 1 da doença da Língua Azul numa exploração de 141 ovinos.
A Direcção-Geral de Veterinária (DGV) revelou na terça-feira que a exploração de Chaves se encontra sob sequestro sanitário e sujeita a medidas de desinsectização.
Por causa da detecção da Língua Azul em Trás-os-Montes, a DGV anunciou ainda o alargamento da área geográfica sujeita a restrições por serótipo 1 à totalidade do território continental.
Agora, segundo Sotero Palavras, aguarda-se que a DGV reúna e mande as estratégias de ataque que, na sua opinião, devem passar pela «quarentena, restrição de movimentos de carros pesquisa dos insectos e vacinação».
O veterinário referiu que esta manhã não deixou os produtores descarregar os animais, o que diz que já é uma medida de profilaxia, e que avisou os agricultores para que usassem repelentes de insectos.
Armando Carvalho, dirigente da Associação dos Pastores Transmontanos, disse que o sector está «muito preocupado» com o surgimento da doença na região, pelo que vai solicitar uma reunião de emergência com o Ministério da Agricultura.
A Língua Azul é uma doença de origem vírica que infecta todos os ruminantes, mas que apenas se manifesta de forma grave na espécie ovina e não afecta os seres humanos, nem apresenta qualquer impacto para a saúde pública e segurança alimentar.