Lusa
A Feira dos Sabores de Chaves procura a afirmação da gastronomia e tradições locais e terá uma iniciativa social para recolher produtos excedentes do certame e entregar a duas instituições de acolhimento de jovens do concelho.
“Pretendemos que os produtos que possam ser objeto de doação no fim de cada dia da feira sejam entregues para um cabaz social e encaminhados para duas instituições no concelho”, explicou hoje o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz.
A 15.ª edição da feira realiza-se entre 31 de janeiro e 02 de fevereiro, em Chaves, sendo uma das novidades do evento o 'Cabaz Social', que irá convidar os produtores aderentes a doar alguns dos seus produtos excedentes.
Para o autarca, o evento é “um espaço de afirmação” da gastronomia e produtos locais conhecido a nível nacional, como o presunto, pastel ou alheira, mas também de outro tipos de produtos locais, como o mel, ou práticas tradicionais, como a cestaria ou olaria.
“Queremos que os visitantes conheçam o processo de como se fazia antigamente e como ainda hoje é feito”, vincou.
À espera de milhares de visitantes ao longo dos três dias, a feira contará com 58 expositores, 39 do setor agroalimentar, 13 de artesanato e seis institucionais, e terá ainda três restaurantes presentes no recinto.
O autarca frisou ainda o “peso económico” no concelho, sem quantificar o valor que o evento produz por não ter os dados em concreto.
“Continua a ser um espaço importante de afirmação dos nossos produtos, de afirmação dos sabores de Chaves e um espaço importante de interação entre produtores e clientes”, analisou.
Pelo segundo ano consecutivo, o chefe Cordeiro aceitou o desafio lançado pelo município e apresenta-se novamente “como embaixador da gastronomia flaviense”.
No sábado, 01 de fevereiro, terá lugar o 'showcooking' e no domingo o 'workshop' temático "Conversas ao Fogão", um momento descontraído em que os convidados do chefe Cordeiro falarão sobre a gastronomia flaviense, hábitos e costumes locais, ao mesmo tempo que os alunos da Escola Profissional de Chaves vão cozinhando algumas iguarias para degustação.
“Iremos ver experiências tentadoras, interessantes mas provocadoras, e que irão permitir que possamos testar essas combinações”, frisou Nuno Vaz.
Ao longo do certame irão decorrer vários 'workshops' de cestaria e olaria com a Associação de Desenvolvimento de Vilar de Nantes.
A Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte, em parceria com o município flaviense, leva a cabo ainda mais uma edição dos "Fins de Semana Gastronómicos", com 38 restaurantes locais a aderirem à iniciativa para promover a gastronomia do concelho, como o pastel de Chaves, presunto ou feijoada à transmontana.
Além de vários momentos culturais ao longo dos três dias, o programa do certame integra a apresentação do livro "Reminiscências Cripto-Judaicas nas Alheiras Transmontanas", uma obra recentemente selecionada como o melhor livro em Portugal sobre o tema e que concorre este ano ao prémio de melhor livro do mundo sobre o tema da gastronomia e judaísmo pelos ‘Gourmand Awards’, os apelidados Óscares dos livros de investigação gastronómica, acrescentou o município em comunicado.
A obra é da autoria de Mouette Barboff e divulga “um olhar novo e original sobre um produto único que orgulha as suas gentes, sendo culturalmente relevante para a região”.
"Será um momento importante da forma como nestes territórios se fazia a alheira e da forma como as comunicades judaicas influenciaram o processo de elaboração deste manjar", concluiu o autarca socialista.
