Centenas de caminheiros de todas as idades percorrem diariamente as ruas de Vila Real, um «fenómeno extraordinário» que nos últimos anos atingiu a cidade em nome de uma saúde melhor.
Um estudo realizado por uma investigadora da Universidade de Trás- os-Montes e Alto Douro (UTAD), Paula Mota, revela que Vila Real é uma das cidades de Portugal «onde há mais caminheiros».

São às muitas centenas as pessoas, jovens e idosas, que diariamente caminham pelas ruas de Vila Real. Aos caminheiros organizados juntam-se muitos outros, em pequenos grupos de amigos, vizinhos ou colegas de escola, que, todos os dias, depois do horário laboral, saem para as ruas da cidade para caminharem.

O estudo promovido por Paula Mota sobre o pedestrianismo envolveu 74 pessoas, algumas das quais caminham regularmente e outras não, com idades entre 48 e 84 anos.

«A grande maioria das pessoas que praticam exercício físico regularmente relata melhorias em termos de saúde como a diminuição da hipertensão ou mesmo da toma de medicamentos», afirmou.

A investigadora acrescentou que, no estudo, participaram algumas pessoas diabéticas que referiram que as caminhadas regulares ajudam a controlar o nível de açúcar no sangue, enquanto outras referiram que o exercício controla o colesterol.

Paula Mota refere ainda que as pessoas «mais aptas fisicamente» são as que correm menos riscos de doenças metabólicas, salientando a importância do percurso pedestre ser compatível com as capacidades físicas do praticante, que deverá ir aumentando a dificuldade do percurso conforme o seu corpo se for habituando ao esforço.

Em Vila Real, a investigadora diz que o melhor sítio para iniciar as caminhadas é o Parque Corgo, junto ao rio, local que oferece percursos com poucos declives.

A Associação de Caminheiros de Vila Real (ACVR) foi criada oficialmente em 1991, organizando semanalmente caminhadas que também têm permitido conhecer melhor a cidade e os concelhos limítrofes, nomeadamente Sabrosa, Mondim de Basto, Vila Pouca de Aguiar e Murça.

Com roupa desportiva, calçado confortável e uma vara ou pau, os caminheiros percorrem dezenas de quilómetros em ritmo acelerado, conversando muitas vezes com amigos ou vizinhos.

O presidente da ACVR, Jorge Gonçalves, disse à agência Lusa que a associação tem cerca de cem sócios e que «nem a chuva, vento ou o frio» impedem as caminhadas diárias regulares.

Jorge Gonçalves refere que o pau, para além de servir de «arma de defesa» contra cães, impede ainda que as mãos inchem durante a caminhada.

Para os que querem iniciar esta actividade, o difícil é mesmo conseguir aguentar o ritmo dos veteranos.

António Gaspar Carvalho é considerado o «campeão» das caminhadas, por já ter realizado 23 viagens a pé aos mais variados locais, preparando agora mais uma peregrinação a Fátima, numa viagem que, diz, vai levar «apenas sete dias».



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