São muitos os intérpretes que se apresentam ao longo
dos três dias e 150 concertos mas quero destacar para
já as interpretações geniais dos Quartetos de cordas
Prazák, Lindsay e Ysaye, três agrupamentos que já
fizeram história no século vinte e vão continuar a
fazê-la no actual século. A perfeição técnica e a
inspiração dos seus componentes fazem destes três
quartetos referências absolutas no domínio da música
de câmara. Quero destacar também as interpretações das
sonatas de Haydn pelo pianista Alain PlanÚs, duma
musicalidade e de uma inteligência que em meu entender
o destaca dos outros pianistas mais famosos e
populares que ele que se apresentam ao longo destes
três dias. A este respeito não posso deixar de
assinalar a ausência de um leque importante de
intérpretes de tecla que tocando nos instrumentos da
época fizeram história pelas suas gravações utilizando
instrumentos históricos. Mutos outros grupos e
orquestras de câmara se apresentaram e continuam a
desfilar nesta festa da música mas como já se percebeu
decidi concentrar-me nas interpretações dos
agrupamentos de cordas e dos pianistas. Como os
concertos são muitos e simultâneos é absolutamente
impossivel dar conta de tudo. Pena é que não haja uma
grande festa da música descentralizada e continue a
ser a capital a única priveligiada com acontecimentos
grandiosos como este que afinal são pagos com o
dinheiro de todos nós. Seria inteligente aproveitar-se
a presença destes intérpretes todos para se promoverem
alguns concertos descentralizados. Mas parece que este
assunto nem é tema dos responsáveis nem é preocupação das populações que estão privadas destes luxos. E assim anda este país que balança entre a grande europa e a periferia absoluta em relação à dita grande
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