O Festival Circ´Bô estreia-se em Vilares da Vilariça, Alfândega da Fé, de 23 a 25 de agosto com a promessa de ser um festival para famílias e para dar a conhecer a região, disse hoje à Lusa a organização.

“Temos como um dos objetivos trazer uma cultura diversificada para o interior do país. Temos no centro da programação o circo contemporâneo e outras ligadas ao bem-estar, com atividades para famílias e crianças. O nosso convite passa muito por isto, para virem conhecer Vilares da Vilariça”, disse à Lusa Filipe Jeremias, da Associação Inteligência Local, que há cerca de dois anos está empenhada em revitalizar a localidade do distrito de Bragança, em jeito de projeto-piloto.

Segundo Filipe Jeremias, o festival não se encerra sobre si mesmo, é um meio para dar a conhecer o que a associação tem vindo a fazer, e que pretende unir pessoas que queiram regenerar locais com baixa densidade populacional. Até ao momento, já duas famílias mostraram interesse em viver na aldeia do distrito de Bragança - uma já se mudou e a outra está a ultimar a ida.

“Prevemos levar 1.500 pessoas por dia a este festival. É um projeto cofinanciado pelo Turismo de Portugal. Outra das nossas ações de financiamento estava à volta do crowdfunding. No final de 30 minutos conseguimos que 525 pessoas espalhadas por 13 países do mundo investissem no projeto e fechassem a campanha”, avançou Filipe Jeremias, referindo-se à campanha que tinha como meta atingir os 50 mil euros.

Bruno Machado, ligado ao circo e às artes há 20 anos, fundador e diretor artístico do Instituto Nacional de Artes do Circo e que integra a organização do Circ’Bô, explicou que o festival quer ficar conhecido por contrariar os eventos de massas.

“Este evento quer viver da qualidade. Da qualidade do bem-estar, da observação, da reflexão e do pensamento. Queremos que as pessoas possam respirar e usufruir. Mesmo os espetáculos serão intimistas, em que as pessoas estão muito próximas dos artistas”, disse Bruno Machado.

Assim, além do circo contemporâneo, há ainda música, dança ou rituais holísticos, ligados à natureza e à espiritualidade.

“Há uma barragem e campismo. É um espaço em que as pessoas podem usufruir da natureza e da aldeia”, detalhou Bruno Machado.

Na praça da alimentação, para fomentar o desenvolvimento regional, vai ser possível encontrar comida produzida localmente.

Já o nome do festival vai beber ao dialeto transmontano, com a expressão “Bô”, que, disse Bruno Machado, quer dizer “tudo e nada”, sendo uma expressão emblemática da região que exprime desde admiração até desconfiança.



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