O Pitoresco, Festival de Arte Urbana a decorrer entre hoje e domingo em Vila Real, quer “descentralizar a arte” para fora da cidade, e vai homenagear os bombeiros locais e a Estrada Nacional 2, adiantou à Lusa a organização.
O festival de arte de rua, que se realiza na localidade de Trás-os-Montes, é organizado pela Instantes Mutantes, em co-autoria com o Município de Vila Real, e tem como objetivo para a quarta edição “a descentralização da arte, para as freguesias da cidade”, explicou Eduardo Porto.
Uma das iniciativas irá levar à criação de um mural, pela primeira vez em outras zonas do concelho de Vila Real. A localidade de Ludares, irá ter um mural com o tema ‘A Pastorícia’, por sugestão do presidente da União de Freguesias de Constantim e Vale de Nogueiras.
“O tema foi escolhido pela população local, e esta mostrou interesse em participar em estar com os artistas. No fundo, estamos a promover a criação de massa crítica”, defende.
Com um total de cinco novos murais nesta edição, o festival continua a promover também homenagens, e este ano o alvo são os bombeiros locais, pelo artista Mon Devane, e a Estrada Nacional 2, pelo artista Godmess, esta numa associação com a Junta de Freguesia de Vila Real.
Além de patrocinar a criação de um mural que vai homenagear a estrada que atravessa Vila Real e que liga Portugal de norte a sul, entre Chaves e Faro, ao longo de 739 km, a freguesia de Vila Real apoia também uma oficina para crianças e jovens.
Já na ‘Rua dos Ofícios’ que tem recebido homenagens a atividades tradicionais como o latoeiro ou o oleiro, este ano será focado na ‘tecedeira’, pelo artista Draw e Contra.
Novidade para a edição de 2019 é ainda o projeto ‘Mutante Galery’, que “apresentará um novo formato de galeria e espaço de exposição”, num autocarro.
“Esperamos assim em futuras edições brindar mais freguesias do concelho com o festival e até outros pontos da região”, explicou.
Sem se focar apenas em ‘street art’ e sentindo o festival em crescimento, a organização procurou ter “uma programação mais ampliada”, juntando à música, performances de fogo e dança.
Para Eduardo Porto, o evento é “dois 8 aos 80 anos”, havendo atividades para todas as idades.
“Queremos que a arte chegue a todos. Tentamos trazer workshops mais virados para todas as idades e já tivemos pessoas, em edições anteriores, que ganharam o ‘hobbie’ da pintura e uma veia artistica que desconheciam ter”, realça.
A maior participação de artistas locais é outro motivo de satisfação para a organização, que sente desde a primeira edição um maior interesse.
“Das seis exposições que iremos ter no festival, três delas são de artistas e ilustradores locais, assim como um dos murais e as instalações da ‘Rua das Artes’”, vincou Eduardo Porto.
O festival, que é “completamente gratuito e inclusivo”, e decorre até domingo, terá ainda um Sunset, festival de estátuas vivas, oficinas livres, e outras atividades.
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