O festival Somos Douro realiza-se de 1 a 17 de junho, vai percorrer os 19 municípios durienses e a programação inclui um fórum jovem, conversas, oficinas, espetáculos e roteiros pelo património e literatura.
O evento, que foi apresentado hoje, em Vila Real, é promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e comissariado pela jornalista Anabela Mota Ribeiro.
"Vamos conversar, celebrar e discutir o Douro. O Douro é uma região única, que é Património Mundial (...) e é também uma região do Interior do país, com algumas dificuldades inerentes", afirmou o presidente da CCDR-N, Fernando Freire de Sousa.
O que se pretende com o festival é, acrescentou, colocar o Douro no centro de uma "festa, celebração, chamada de atenção" e "trazer mais gente à região".
O objetivo passa por discutir o território, perceber o que fez as pessoas sair do território e o que é que as faria regressar.
Um dos destaques do programa é o fórum, que se realiza a 2 de junho, em Peso da Régua, que pretende ouvir jovens dos 19 municípios que foram o Douro, de diferentes escalões etários.
"O que nós queremos perceber é o que eles pensam sobre esta região, quais são os problemas e as potencialidades e como é que os podemos ajudar. É sobretudo esta auscultação que se pretende com o fórum", afirmou Anabela Mota Ribeiro.
A responsável acrescentou que se pretende que o fórum jovem seja "um momento de aprendizagem" e de "encontro".
Anabela Mota Ribeiro sublinhou que o festival é gratuito e quer atrair pessoas de várias proveniências.
De 1 a 17 de junho, um autocarro vai percorrer todos os municípios durienses.
A canção de Camané 'Sei de um rio' dá o mote ao programa e o arranque ao festival. O músico atua em Lamego e vai interpretar duas das suas canções com os alunos do conservatório regional de música de Vila Real.
A rubrica "à conversa" leva ao Douro Pedro Mexia, poeta e assessor para a cultura do Presidente da República, ainda a neta de Agustina Leonor Baldaque, o poeta Bernardo Pinto de Almeida, a professora Serafina Martins, a investigadora Maria Manuel Mota e o vice-reitor da Universidade de Lisboa, António Feijó.
O escritor norte-americano Richard Zimler vai falar sobre o judaísmo nas entranhas do Douro e José Luís Peixoto faz uma análise a José Saramago.
As escritoras portuguesa Ana Margarida de Carvalho e brasileira Tatiana Saem Levy vão realizar oficinas de escrita e residências artísticas, enquanto o fotógrafo António Sá vai conduzir uma oficina sobre fotografia de paisagem e o ilustrador António Jorge se vai debruçar sobre o desenho.
O historiador Alberto Correia vai realizar um roteiro para celebrar Aquilino Ribeiro, percorrendo o local onde o escritor nasceu, em Sernancelhe, e o historiador Joel Cleto vai falar sobre os caminhos da história em Tarouca e em Penedono.
Haverá ainda roteiros pelo Parque Arqueológico do Côa, o Crasto de Palheiros e a Porca de Murça.
O festival inclui visitas a obras que ganharam o prémio arquitetura do Douro, como o Museu da Vila Velha, o armazém de envelhecimento de vinho da Quinta do Portal ou o Espaço Miguel Torga.
O evento termina com um espetáculo de António Jorge Gonçalves e Filipe Raposo, que juntam desenho e piano no Museu do Côa, e um espetáculo de bandas filarmónicas do Douro.
O festival conta com a parceria da Comunidade Intermunicipal do Douro, a Liga dos Amigos do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O Somos Douro partiu de um desafio lançado por Miguel Cadilhe e o seu balanço será feito a 14 de dezembro, dia em que se celebra o aniversário da classificação do Douro Património Mundial da UNESCO.