As cerimónias da Semana Santa e o Mercado Medieval estão de regresso a Algoso, concelho de Vimioso, na sexta e sábado, com encenações religiosas e animação musical, após um interregno de dois anos devido à pandemia, foi hoje anunciado.
“Estas duas iniciativas têm algo de diferenciador, porque Algoso tem um património histórico de grande valor cultural e arquitetónico, a começar pelo castelo medieval, o que proporciona um ambiente único nesta localidade. Depois de dois anos de interrupção devido à covid-19, voltamos mais fortes e com muitas novidades”, explicou à Lusa a presidente da Junta de Freguesia de Algoso, no distrito de Bragança, Cristina Miguel.
Este ano, a grande novidade é a encenação cénica marcada para sexta-feira santa, com um mercado nazareno que vai mostrar “a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém”.
“Estas encenações religiosas são uma novidade nestas atividades ligadas à Páscoa, com uma via-sacra ao vivo, que terminará com um espetáculo de manipulação de fogo”, explicou a autarca.
Para sábado está agendado um mercado medieval onde não faltará muita animação de rua com grupos musicais como: Loa Trovadoresca, Anda Camino, gaiteiros tradicionais, danças do ventre, trato de rua, malabarista e um concerto de encerramento com o grupo Galandum Galundaina. Pelo meio artista de rua, em jeito medieval farão a restante animação desta iniciativa que está em crescendo.
Segundo Cristina Miguel, a meia-noite de sábado de aleluia será o ponto alto destas festividades onde o castelo Hospitalário de Algoso será o elemento central.
“Outras das novidades para as cerimónias da semana santa em Algoso será um grupo de intérpretes que vão cantar aleluia na torre do castelo por volta da meia-noite de sábado”, vincou Cristina Miguel.
Do ponto de vista histórico, os estudos mais recentes indicam que a edificação da primitiva estrutura do castelo de Algoso remonta a algum momento no final do reinado de D. Afonso Henriques (1112-1185), quando seu filho Sancho já exercia o poder régio.
Conforme registado nas Inquirições de 1258, o seu construtor foi um senhor local, Mendo Rufino, que em troca recebeu o senhorio da vila de Vimioso.
A partir de 1224, a sua estrutura foi radicalmente alterada, momento em que o castelo foi doado por D. Sancho II (1223-1248) à Ordem dos Hospitalários, após um período relativamente longo de guerra com o reino de Leão. À época, este castelo constituía-se no expoente máximo do poder local, residência do representante real encarregado da arrecadação dos direitos reais em terras de Miranda e Penas Roias.
Para além destas componente histórica e cultural, esta iniciativa mexe com toda a economia do concelho, onde os produtores locais e de outras regiões aproveitam para ecoar os seus produtos mais emblemáticos como os folares, enchidos, pão, dormidos, rosquilhas, licores, entre outros.