Um homem irrompeu por uma sala de aulas, numa escola em Montalegre, e agrediu o filho, de 11 anos, por este, alegadamente, lhe ter retirado 20 euros da carteira. GNR participou a agressão ao Ministério Público e à Comissão de Protecção de Crianças.
Uma turma de quinto ano da Escola Bento da Cruz, em Montalegre, foi, na quinta-feira da semana passada surpreendida por um pai irado que irrompeu pela sala e agrediu o filho diante de todos, confirmou uma fonte da GNR ao Jornal de Notícias. Ao que conseguimos apurar, o caso ocorreu a meio da tarde. E a agressão, classificada como violência doméstica, já foi participado pela GNR ao Ministério Público e à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Montalegre.
O progenitor Américo T., 45 anos, motorista de profissão, recusou falar do assunto. \"Está tudo resolvido. Não têm nada que se meter nisso\", limitou-se a dizer, ontem, ao JN.
Ao que foi possível apurar, a ira do pai terá sido provocada pelo facto de o filho lhe ter alegadamente retirado 20 euros da carteira.
Depois de se ter apercebido da falta do dinheiro, o pai da criança, natural da aldeia de Viade, Montalegre, ter-se-á dirigido à escola. Num primeiro momento, terá tentado falar com o filho desde o exterior do escola, quando o filho se encontrava no recreio. No entanto, o miúdo terá fugido para a biblioteca. Depois, terá ido para a aula.
Irritado, o pai terá então ido à sala de aula e pedido à professora para que deixasse sair o filho por uns minutos. No entanto, a criança recusou sair da sala de aula. Terá sido então, que o encarregado de educação, irado, irrompeu pela sala.
Segundo o relato de um aluno, companheiro de turma, feito à rádio local, o pai terá dado dois murros e mandado contra a parede o filho. \"Também lhe deu um pontapé, mas esse foi devagar\", contou o colega do miúdo.
Entretanto, a GNR foi chamada ao local e a criança, que estaria a sangrar do nariz, levada ao centro de saúde local. Terá tido alta pouco tempo depois.
\"Ficamos todos muito chocados e a professora começou a chorar\", contou ainda o amigo da criança agredida.
A GNR acabou por identificar o homem no exterior da escola. Estaria dentro do carro. E terá mostrado, de imediato, arrependimento. Ao que foi possível apurar, no dia seguinte, o pai do aluno foi à escola pedir desculpa à professora e aos alunos.
O JN não conseguiu, em tempo útil, falar com o conselho executivo da escola, nem tão pouco com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco. Mas o JN sabe que não haverá neste organismo qualquer registo sobre maus tratos infligidos à criança por parte do pai.