Após o grande sucesso nas edições anteriores, o Simpósio Nacional da Castanha contou com a sua 3ª edição, em Bragança nos passados dias 11, 12 e 13 de Outubro.

A RefCast – Associação Portuguesa da Castanha e a Sociedade de Ciências Agrarias de Portugal, foram as duas associações que organizaram o evento, desta vez em parceria com o Instituo Politécnico de Bragança.

É uma organização trianual, que tem por objetivo/missão promover o encontro do setor em torno da investigação que se desenvolve no país, facilitando a divulgação de resultados desses trabalhos, a transferência do conhecimento para o setor produtivo, a interação entre equipas de investigação, e por fim o crescimento e desenvolvimento da fileira portuguesa da castanha.

A sessão de abertura contou com José Gomes Laranjo, Presidente da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha, que explicou os objetivos da associação bem como as suas missões, Miguel Abrunhosa, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Bragança, que enalteceu a escolha de Bragança para a receção desta 3ª edição, Orlando Rodrigues, Presidente do Instituto Politécnico  de Bragança que realçou o facto da importância destes eventos no Politécnico e Manuel Cardoso, Diretor Regional da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural que explicou também um pouco sobre os objetivos do evento.

Durante o dia 11, 12 decorreram 4 sessões, 1ª Biologia/Fisiologia/Genética, 2ª Gestão e Proteção do Castanheiro, 3ª Colheita e Processamento da Castanha, Economia e Marketing e 4ª Mesa Redonda, um debate sobre o consumo de castanha e novas tendências, realizando-se também um percurso pedestre de 6km com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e mais de meio milhar de estudantes.

A associação RefCast não acredita que vespa cause redução na produção da castanha em Portugal.

José Gomes Laranjo, defendeu que há maiores riscos para a produção de castanha em Portugal do que a praga da Vespa das Galhas do Castanheiro.

Foi revelado que a praga foi detetada em 500 soutos no concelho de Vinhais, concelho esse que está conhecido como um dos maiores produtores portugueses. José Gomes Laranjo, defende ainda que a falta de chuva ou a doença da tinta, são fatores que pesam mais na diminuição da produção. Esta doença dizima soutos há vários anos, apesar de existirem soluções “para mitigarem, para prevenir e para as novas plantações”. Realçou ainda que "Hoje é possível plantar novos castanheiros com resistência à doença da tinta"

No que toca à Vespa das Galhas do Castanheiro, sublinhou “ A Vespa das Galhas, está profundamente espalhada e com ataques fortes fora de Trás-os-Montes, nas áreas de território fora de Trás-os-Montes que produzem castanha".

"Temos, atualmente, estima-se cerca de 35 mil hectares, o setor estima que se estejam a plantar mais de 200 mil castanheiros por ano", referindo também a dificuldade que é alimentar a fileira de castanheiros de qualidade para plantação, assumindo ser uma das grandes dificuldades, havendo a questão das doenças, das pragas que vão aparecendo, mas também o problema da falta de qualidade do castanheiro.

A RefCast estima que Portugal produza "na ordem das 45 mil a 50 mil toneladas de castanha", o que "representa qualquer coisa na ordem dos 90 milhões de euros só em termos de valor de castanha pago ao produtor".

A região de Trás-os-Montes concentra 80, 85% da área de produção de castanha, José Gomes Laranjo realça a importância da região como grandes produtores de castanhas, dizendo mesmo “talvez uma das regiões mais importantes do mundo em termos de castanha".”


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