A perfuração do Túnel do Marão recomeça no dia 18 de novembro, prevendo-se que a escavação avance uma média de 18 metros por dia nas quatro bocas de túnel e que estas se liguem até ao verão.
Depois de mais de três anos de obra parada na Autoestrada do Marão, que vai ligar Amarante a Vila Real, os trabalhos estão agora a recomeçar.
O presidente da Estradas de Portugal (EP), António Ramalho, entrou hoje numa das bocas de túnel, onde avançou mais de um quilómetro até à "aranha do Marão", um das quatro máquinas perfuradoras que vai concluir a escavação deste que é um dos maiores túneis rodoviários da Península Ibérica (5,6 quilómetros).
O responsável afirmou que a perfuração do Túnel do Marão é retomada no próximo dia 18, estando-se neste momento numa fase de testes e de conclusão dos trabalhos de preparação, a nível das ventilações e de montagem do estaleiro.
"Estas máquinas funcionam sob a forma de robot. E, neste momento, estão a ser introduzidos todos os alinhamentos para depois não termos o azar de chegarmos à outra frente e termos um desfasamento entre os túneis", salientou José Luís Faleiro, diretor de empreendimento da EP.
O responsável explicou que a "escavação é cega" e que, por isso, a "aranha do Marão" é gerida através de sistemas eletromecânicos.
A máquina faz 82 furos em cada frente, sendo depois colocados 820 quilos de explosivos para fazer a implosão. O material vai saltar para a frente de trabalho "de uma forma civilizada" para depois ser carregado e transportado para os locais de depósito
António Ramalho acrescentou que vão ser retirados cerca de 400 mil metros cúbicos de terra dos túneis, o que equivale a 27 mil camiões.
"Do ponto de vista logístico é como se fosse uma autoestrada a funcionar dentro de uma autoestrada", salientou.
O presidente da EP adiantou ainda que a perfuração vai avançar nas quatro bocas a uma média de 18 metros por dia, sete dias por semana, e que os túneis se deverão unir até ao verão.
A obra deverá estar concluída até ao final do próximo ano e, depois de efetuadas todas as fiscalizações necessárias, por parte da Proteção Civil e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), deverá abrir ao trânsito no início de 2016.
"Os prazos têm sido cumpridos religiosamente", garantiu.
António Ramalho referiu que a proposta de portagem para os 26 quilómetros da Autoestrada do Marão se situa entre o 1,85 e 2,25 euros, um valor que disse ser "substancialmente mais baixo" do previsto inicialmente, que era de três euros.
A viagem pelos cerca de seis quilómetros de túnel vai ser feita a uma média de 100 quilómetros/hora e deverá rondar os 10 minutos.
O responsável sublinhou ainda que, para além das poupanças de tempo, esta nova autoestrada, alternativa ao Itinerário Principal 4 (IP4), vai permitir reduzir a sinistralidade rodoviária em 26% e fugir ao gelo e à neve no inverno.
Para além disso, vai também ligar regiões, o interior e o litoral, possibilitando uma maior "coesão territorial".
A Autoestrada do Marão foi dividida em três empreitadas, sendo a do túnel de maior dimensão e custo (88,8 milhões de euros). Esta via vai ligar a A4 (Porto/Amarante) à Autoestrada Transmontana (Vila Real/ Bragança).