Os First Breath After Coma (FBAC) estão até ao final do mês em residência artística numa aldeia do concelho de Vila Real a preparar músicas que farão parte do novo disco, a lançar em 2023, anunciou a banda.

Depois de “The misadventures of Anthony Knivet” (2013), “Drifter” (2016) e “NU” (2019), o grupo de Leiria trabalha num quarto álbum de originais a lançar no próximo ano. Para encontrarem inspiração, os cinco elementos dos FBAC instalaram-se em Trás-os-Montes.

“Nos últimos meses temos estado na fase inicial de composição para o novo disco, mas achámos que era essencial conseguirmos focar-nos a 100% nisso por um período de tempo. Ajustámos as nossas vidas e conseguimos tirar um mês para esta residência numa aldeia perto de Vila Real”, explicou Telmo Soares à agência Lusa.

O guitarrista contou que a banda está instalada num sítio “extremamente bonito, muito bucólico, com a serra à volta, muitas árvores e rodeado pela natureza”, cenário que esperam poder contribuir para “um mês bastante produtivo de criação e composição”.

“Esperamos sair daqui com mais de meio álbum”, disse Telmo Soares.

Para os três primeiros discos, os FBAC investiram sempre em temporadas de residência para aprofundar o processo de criação musical. Para o disco mais recente, “NU”, lançado em 2019, viveram em conjunto durante vários meses no espaço cultural Serra, numa aldeia do concelho de Leiria.

“Sempre trabalhámos assim. Já tentámos fazer de outra forma, de forma mais pontual, mas é muito difícil. Sentimos mesmo necessidade de mergulhar a sério no que estamos a fazer. Não quero estar a ensaiar e a pensar que no dia a seguir tenho de ir às Finanças. As pequenas distrações que fazem parte do nosso dia-a-dia afastam-nos um bocado do nirvana que é necessário estarmos para compor”, sublinhou o músico.

Sobre o futuro disco, apesar de terem levado para Vila Real “muito material”, sobretudo “experiências, demos e rascunhos”, o guitarrista explicou que os FBAC ainda procuram uma narrativa.

“Nunca aconteceu partirmos para outros disco na tentativa de colá-los ou fazer uma ponte [com os anteriores]. Os nossos discos têm uma identidade nossa, mas são sempre bastante diferentes entre eles. E este vai, de certa forma - ainda não sei como -, acabar por ser diferente. Gostamos muito que o álbum tenha um conceito, que não seja só uma compilação de músicas. Ainda estamos à procura dessa narrativa”.

A escolha de Vila Real resulta das ligações que os FBAC estabeleceram com o território nos últimos anos, primeiro com a participação no festival Rock Nordeste e depois numa colaboração com a Banda de Música de Mateus, que deu origem a um conjunto de concertos e a um disco.

“Há um carinho pela cidade e já conhecemos muita gente cá”, realçou Telmo Soares.



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