O incêndio que lavra há quatro dias em Bustelo, no concelho de Chaves, entrou hoje em fase de consolidação e rescaldo, mas o “vento intenso” continua a preocupar, disseram à Lusa fontes da Proteção Civil e da autarquia.
“Acredito que no dia de hoje vamos ter boas notícias”, disse o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, sobre o fogo que chegou a ameaçar sete aldeias daquele município do distrito de Vila Real.
De acordo com o balanço feito pelo autarca, pelas 09:45, as chamas não punham em risco populações e habitações.
Nuno Vaz contou que, “ainda que não possa ser dado como extinto”, o fogo “deu tréguas durante a noite”, muito graças à descida de temperatura na região, mas o “vento intenso” continua a preocupar.
Também o comandante Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real, Miguel Fonseca, disse à Lusa que “o vento continua a preocupar”, mas apontou que estão em curso “trabalhos de consolidação e rescaldo com máquinas de rasto e operacionais”.
“O incêndio está dominado, mas exige muita vigilância. O incêndio tem duas pequenas frentes ativas. A noite ajudou muito. Tivemos duas reativações de noite, mas conseguimos fechar o incêndio nos caminhos”, referiu.
Sobre estragos, Nuno Vaz e Miguel Fonseca salientaram ser “prematuro para avaliações” e destacaram que não há registo de feridos quer entre populares, quer entre operacionais de socorro.
“A área ardida é muito significativa, bastante acima de dois mil hectares. Mas caberá ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas fazer essa avaliação”, disse Nuno Vaz.
Este incêndio começou pelas 14:45 de sexta-feira e foi dado como dominado durante a madrugada de sábado, mas nesse dia à tarde verificou-se uma reativação que ganhou grande dimensão devido ao vento forte e às altas temperaturas.
De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 10:00, no terreno estavam 155 operacionais, auxiliados por 47 viaturas.
O Governo decide hoje se prolonga a situação de alerta devido ao risco de incêndio rural, que termina às 23:59, ou se volta a ativar a contingência, que esteve em vigor até domingo durante sete dias.
Na última semana, o país enfrentou temperaturas elevadas e o dia mais quente foi 13 de julho, em que quase todos os distritos estiveram sob aviso vermelho, o mais grave emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Também foi em 13 de julho que a ANEPC registou o maior número de incêndios rurais este ano, num total de 193.