O Plano Nacional de Barragens, a apresentar na segunda metade do mês de Setembro, \"deverá identificar até dez locais para a construção de novos projectos\", disse ao DN, o Ministro do Ambiente, Nunes Correia. O ano de 2020 será a meta temporal para a sua execução, embora uns sejam mais prioritários que outros. \"Um plano um pouco mais ambicioso do que o inicialmente previsto\", como admitiu o governante. Já que até agora se falava apenas de entre cinco a sete novas barragens a lançar.
O objectivo deste novo plano é aproveitar até 70% do potencial hídrico português o que significa atingir os 7000 megawatts de potência instalada, ou seja terá de instalar mais 3000 megawatts de nova potência. Neste momento, Portugal só explora 46% do seu potencial.
O ministro não quis para já adiantar qual o investimento em questão nestes 10 novos projectos. Contudo, fonte ligada ao processo de elaboração do plano disse que, no seu conjunto, o plano poderá implicar um investimento entre 1,5 e dois mil milhões de euros.
Quanto a locais para a instalação das novas barragens, o ministro não quis avançar com nomes. Mas fez questão de explicar que houve uma preocupação em escolher locais que \"não fossem susceptíveis de gerar problemas de ordem ambiental, social ou até cultural\", para que não corram o risco de sofrer grandes atrasos na sua execução, tal como aconteceu com o Baixo Sabor.
De acordo com fontes ligadas ao processo, as prioridades serão Foz Tua, no Rio Tua (ver texto em baixo), Vidago Daivões e Fridão no rio Tâmega, e Girabolhos, no rio Mondego, tal como já tinha sido avançado pelo Semanário Económico. Projectos que já faziam parte dos planos de expansão do sistema electroprodutor nacional, elaborados pela REN - Redes Energéticas Nacionais, entidade que tem o levantamento das bacias hidrográficas portuguesas.
Outros dois projectos que deverão ser contemplados pelo novo plano são Linhares e Cela, no rio Minho. Alvito, Pêro Martins, Alvarenga e Senhora de Monforte são outras das hipóteses de escolha do Governo.
No novo plano não se inclui a barragem do Baixo Sabor, já atribuída à EDP, e cuja decisão de ser construída foi tomada há mais de dez anos, sendo considerada como uma alternativa a Foz CÎa. Agora, depois de arquivado por Bruxelas o processo de infracção ambiental contra Portugal, a obra vai finalmente arrancar no próximo ano.
Dos projectos incluídos no novo plano alguns vão ser feitos por concurso público e outros poderão não o ser, admitiu o ministro. Para já, uma coisa garante Nunes Correia: é que o plano vai ser colocado à discussão pública.