A freguesia de Cimo de Vila da Castanheira, no concelho de Chaves, lançou um apelo nas redes sociais para garantir a produção de cerca de 300 máscaras sociais e distribuir por toda a sua população.
“Queremos fornecer máscaras para toda a nossa população, o que é muito difícil pois em todo o lado estão esgotadas, e as máscaras cirúrgicas, que são descartáveis e precisávamos em grandes quantidades, são prioritárias aos profissionais de saúde”, explicou à agência Lusa a presidente da junta, Lígia Silva.
A freguesia de Cimo de Vila da Castanheira, concelho de Chaves, distrito de Vila Real, tem como objetivo ‘equipar’ toda a sua população com as máscaras, como forma de proteção à pandemia de covid-19.
O repto lançado na terça-feira na rede social Facebook teve “adesão imediata” e várias costureiras, não só da freguesia mas do concelho de Chaves, juntaram-se à iniciativa e estão a produzir.
“Estamos a fazer máscaras que na parte da frente são de algodão e forradas com tecido TNT (tecido não tecido), que não deixa passar nada, e que podem ser lavadas e reutilizadas. Assim, os idosos que tiverem de sair de casa já têm como se proteger”, explicou.
O objetivo é produzir cerca de 300 máscaras reutilizáveis até ao final da semana e entregar a toda a população, idosa e não só, das duas aldeias da freguesia, Cimo de Vila da Castanheira e Dadim.
A presidente da junta de Cimo de Vila da Castanheira, cargo que ocupa há sete anos, ficou satisfeita com a solidariedade recebida de imediato.
“Somos um povo muito solidário, principalmente nas alturas mais difíceis”, apontou.
Como a preocupação é a proteção das pessoas que têm de sair de casa, Lígia Silva explicou ainda que a junta de freguesia adquiriu “algumas máscaras e luvas” para necessidades mais urgentes enquanto as máscaras sociais não estão disponíveis.
O facto de a população das duas aldeias ser envelhecida resulta num aumento de preocupação por parte da autarca.
“Não queremos que as pessoas saiam de casa e já investimos para isso, entregando nos domicílios os medicamentos. A mercearia e minimercado da freguesia também entregam as compras em casa”, realçou.
Lígia Silva alerta, no entanto, para os efeitos do isolamento dos idosos.
“Há muitos idosos sozinhos, solitários, e para além das coisas estarem nestes termos eles vêm-se mais na solidão nesta fase. Quando passamos à porta paramos um bocado para conversar”, disse.