O freixo de Duarte d' Armas, exemplar com mais de 500 anos, foi classificado como "Árvore de Interesse Público" pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), anunciou hoje o município de Freixo de Espada à Cinta.
"Tudo começou com o pedido de classificação da árvore ao ICNF e depois solicitámos a ajuda de técnicos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), para o seu tratamento, já que o freixo se encontrava muito debilitado", explicou à Lusa a presidente da Câmara, Maria do Céu Quintas.
O freixo tem o seu nome associado a Duarte d' Armas, que foi quem representou, a mando do rei Manuel I, a cartografia de 56 castelos fronteiriços de Portugal, entre 1509 e 1510.
A árvore centenária, que está associada ao nome da vila de Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, está classificada como de "interesse público" na categoria de "exemplar isolado", desde 16 de agosto.
A recuperação do freixo de Duarte d'Armas contou, igualmente, com a colaboração do ICNF e da Universidade do Algarve, que teve a seu cargo desenvolver a pesquisa histórica sobre a árvore, em bibliotecas nacionais como a Torre do Tombo, relativa às lendas associadas à quinhentista árvore.
"Hoje, o freixo parece novo e até dá gosto olhar para ele. E são muitos os turistas que querem conhecer este ícone da vila", vincou a autarca.
De acordo com documento a que a Lusa teve acesso, "o exemplar arbóreo não apresenta sinais de pouca resistência estrutural, de mau estado vegetativo e sanitário ou risco sério para as pessoas e bens, nem se encontra sujeito ao cumprimento de medidas fitossanitárias que recomendem a sua eliminação ou destruição obrigatórias".
Os investigadores da UTAD, liderados por Luís Martins, fizeram mais de 900 tentativas nos últimos anos para assegurar os primeiros 22 clones do Freixo d' Duarte de Armas, através da utilização de raízes novas que nasceram após o início do processo de recuperação do freixo.
"Não foi um processo simples devido à própria idade da árvore. Estimamos que o Freixo de Duarte d' Armas tenha 540 a 550 anos", disse na altura o investigador à Lusa.
Do trabalho de investigação, parceria entre a UTAD e o ICNF, foram retirados 22 clones que foram plantados em todas as capitais de distrito e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
O primeiro clone mora há cerca de um ano e meio nos jardins do Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, em Lisboa.
Na ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa referia-se à plantação do clone como "um momento simbólico para o nosso país, num ato que retrata um momento de resistência e resiliência para o país, tal como acontece com o freixo e outros freixos".
Os investigadores da UTAD e do ICNF calculam que o freixo de Duarte d' Armas tenha entre 540 a 550 anos.