Sessões dedicadas ao fado, com poemas de Guerra Junqueiro, estão entre as iniciativas hoje anunciadas pela autarquia de Freixo de Espada à Cinta, para assinalar o centenário da morte do escritor, nascido nesta localidade em 1850.
O presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, disse que as iniciativas culturais se vão prolongar ao longo do ano do centenário, até julho de 2024. As iniciativas visam aproximar novos públicos à obra do poeta.
“Faz hoje 100 anos que o nosso poeta Guerra Junqueiro nos deixou [07 julho de 1923]. Neste sentido, ao longo de ano temos um conjunto de atividades culturais que estão planeadas e que vão desde [a criação] de um premeio literário para novos escritores, ao lançamento de um postal dos CTT, que estará disponível em todo o país, a um conjunto de momentos musicais”, explicou Nuno Ferreira à agência Lusa.
O autarca socialista do distrito de Bragança acrescentou ainda que a evocação do centenário da morte do poeta freixenista terá atividades coordenadas entre os municípios do Porto, Lisboa e Viana do Castelo, onde Guerra Junqueiro viveu e desenvolveu os seus trabalhos, e Freixo de Espada à Cinta, onde o poeta nasceu.
“São quatro municípios que se agregaram para celebrar e evocar Guerra Junqueiro com um vasto conjunto de atividades culturais que se prologam durante um ano. Em Freixo de Espada à Cinta começamos hoje com a atribuição dos galardões do Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia, iniciativa inspirada no talento do autor e cujo objetivo é divulgar a literatura lusófona, celebrando a lusofonia na sua pluralidade e autenticidade e promovendo, acima de tudo, a união lusófona”.
Nuno Ferreira destacou ainda uma homenagem ao poeta que vai decorrer no Panteão Nacional, em Lisboa, em data a anunciar.
No concelho, também será realizada uma caminhada pelos lugares que Junqueiro percorreu, até à aldeia de Ligares.
A sessão na terra natal de Guerra Junqueiro decorreu quase em simultâneo com o lançamento das iniciativas do centenário, na Câmara do Porto, marcado pela apresentação de uma "edição inédita" que recupera as colaborações entre Guerra Junqueiro e os artistas António Carneiro e Teixeira Lopes, publicada n'O Comércio do Porto Ilustrado e no Diário de Notícias Ilustrado.
"Imagens da Palavra" conta com 27 poemas harmonizados com 18 ilustrações de António Carneiro e seis da autoria de Teixeira Lopes, entre ilustrações de poemas e separadores de edição.
No Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, é hoje inaugurada a mostra "A Coleção de Guerra Junqueiro", que reúne "uma parte significativa da coleção do poeta", composta sobretudo por pintura e escultura dos séculos XIV ao XVI, atualmente integrada no acervo do museu.
A sessão conta com uma evocação do escritor, pelo professor Guilherme d'Oliveira Martins.
A exposição fica aberta ao público no MNAA a partir de sábado, 08 de julho, até 01 de outubro.
A 15 de setembro, dia em que se celebra o nascimento de Guerra Junqueiro, Lisboa e Porto vão assinalar a data com concertos, inauguração de exposições e ciclos de conversas.
Dentro de um ano, a 06 de julho de 2024, as quatro localidades encerram as atividades com o lançamento de publicações e de novos prémios, assim como de uma nova biografia sobre Guerra Junqueiro.
Abílio Manuel Guerra Junqueiro, alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta português, foi um dos mais populares da sua geração e o mais típico representante da chamada "Escola Nova".
Nasceu em 15 de setembro de 1850, em Freixo de Espada à Cinta, e morreu em Lisboa, na madrugada de 07 de julho de 1923, com 72 anos.
Do legado do poeta e escritor permanecem obras literárias como a "Velhice do Padre Eterno", "Os Simples", "Contos para a Infância", "Oração ao Pão", "Morte de D. João", "A Lágrima", entre outros.