A Feira Gastronómica do Porco de Boticas gera um volume de negócios de meio milhão de euros, sendo palco para os produtores do Barroso escoarem 40 toneladas de fumeiro e angariarem clientes, segundo a autarquia.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse hoje que o certame, que decorre entre quinta-feira e domingo, é uma oportunidade de negócio para os produtores locais e ajuda a atrair visitantes para este território classificado como Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A Feira do Porco é, precisamente, um “dos pontos mais altos da economia local”, especialmente para os produtores de fumeiro que veem nesta iniciativa a oportunidade para mostrar “a qualidade dos seus produtos”.

“Somos um mundo rural e nada melhor do que promover a nossa agricultura, os nossos produtos endógenos. Estes eventos contribuem para a receita dos nossos produtores e, ao mesmo tempo, ajudam a fixar gente aqui”, afirmou Fernando Queiroga.

Na edição de 2020 o certame tem mais um dia, sendo esperados, de acordo com o autarca do distrito de Vila Real, cerca de 70 mil visitantes, muitos deles provenientes da vizinha Galiza.

Ao todo serão disponibilizadas para venda “40 toneladas” de fumeiro, o que irá gerar “um volume de negócios a rondar o meio milhão de euros”.

Aos enchidos, concebidos de forma artesanal, juntam-se o presunto, o pão centeio, a bola e o folar de carne e o vinho dos mortos, que é produzido neste território e depois enterrado para envelhecimento.

O evento conta com a participação de meia centena de expositores de fumeiro, enchidos e derivados do porco, alguns dos quais se dedicam à atividade a tempo inteiro e outros que ali encontram um complemento ao rendimento familiar.

“A exigência na qualidade é uma coisa que não abdicamos. Os nossos serviços de controlo de veterinária passam, pelo menos, três vezes em cada um dos produtores e isso dá a garantia de excelência e qualidade a quem nos visita e compra o nosso produto”, frisou o autarca.

Fernando Queiroga sublinhou que a feira “ajuda também a encurtar a cadeira de comercialização”, porque os produtos passam diretamente do produtor para o consumidor final.

Marcam ainda presença no certame mais de três dezenas de ‘stands’ de venda de outros produtos alimentares, como chás, compotas ou licores, e ainda artesanato.

Fernando Queiroga referiu que, devido à elevada participação dos expositores, este ano foi necessário ampliar o espaço do evento.

No interior do recinto mantêm-se as tasquinhas de sabores tradicionais, com os restaurantes a apresentarem alguns dos pratos típicos do Barroso, confecionados à base de carne de porco e enchidos.

No entanto, segundo o autarca, a feira impulsiona também a restauração local e a hotelaria da região, bem como ajuda na divulgação de todo o Alto Tâmega.

O evento é organizado pelo município de Boticas em parceria com a empresa Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB).

No calendário do distrito de Vila Real seguem-se depois a Feira do Fumeiro e do Presunto de Montalegre, entre os dias 23 e 26 de janeiro, a Feira do Fumeiro - Sabores de Chaves, que decorre entre 31 de janeiro e 02 de fevereiro, e a Feira de São Braz, em São João de Corveira, concelho de Valpaços, que se realiza a 02 de fevereiro.

Foto: DR



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