Representantes do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes reuniram-se esta semana com o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, para falarem sobre o possível encerramento da multinacional alemã Schoeller, que se dedica à produção de roupa interior.

Na altura, o sindicalista Manuel Sousa disse que a gerência da Schoeller está a despedir todos os trabalhadores alegando dificuldades económicas. Segundo o sindicato, nos últimos meses, a Schoeller, instalada há 14 anos na zona industrial de Constantim, e que já teve ao seu serviço 200 pessoas, tem vindo a rescindir contrato com vários trabalhadores e desde Setembro até agora já despediu 90 funcionários, 30 dos quais na última semana.

"Para não haver um despedimento colectivo, a empresa está a pressionar os trabalhadores, ameaçando-os de que se não aceitarem o despedimento agora com uma indemnização, serão todos despedidos mais tarde sem terem direito a nada", salientou Manuel Sousa.

Mas o sindicalista afirma que "os funcionários da Schoeller estão a receber indemnizações no valor de 50 por cento abaixo dos seus direitos", considerando que "a empresa pretende encerrar as suas portas ao menor custo possível". E justifica com o facto de alguns dos funcionários trabalharem na empresa "desde que ela abriu as portas", pelo que, diz, "têm direito a indemnizações superiores aos 500 contos que lhes pretendem pagar".

Manuel Sousa garantiu ainda que "a gerência pretende despedir todos os trabalhadores, ficando apenas com 15, ligados ao departamento técnico e administrativo".

Com o objectivo de impedir o encerramento da única empresa têxtil de Vila Real, Manuel Sousa afirmou que o sindicato vai apoiar os trabalhadores, aconselhando-os a "não cederem às pressões da gerência da empresa".

Manuel Sousa afirmou ainda que "as pressões aos trabalhadores aumentaram" na quinta-feira, dia em que decorreu um plenário nas instalações da zona industrial, no qual os funcionários prometeram ficar unidos para impedir o seu despedimento.

Maria Isilda Correia, funcionária da Schoeller há 10 anos, disse ao DTOM que "todos os trabalhadores têm sofrido muitas pressões para aceitarem o despedimento". "Ameaçam-nos de que se não aceitarmos o que nos oferecem, vamos para a rua sem recebermos nada e sem termos direito a subsídio de desemprego", afirmou.

Contactada pelo DTOM, a gerência da empresa recusou-se a prestar declarações sobre o assunto.

O presidente da câmara de Vila Real, Manuel Martins, diz que a autarquia "não pode fazer nada" para impedir o encerramento da multinacional alemã.

Para o futuro, o autarca anunciou a possível instalação de um nicho de empresas do sector têxtil em Vila Real, que poderão vir a empregar aquela mão-de-obra.



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