A aldeia de Carção, em Vimioso, acolheu, anteontem, o «III Encontro de Gaiteiros do Planalto Mirandês», que este ano juntou 14 grupos, na sua maioria da região. A iniciativa partiu de António Ventura, um vimiosense residente em Lisboa que, com o apoio da Câmara de Vimioso, organizou o festival pela terceira vez consecutiva.
O encontro contou com a participação dos Pauliteiros de Malhadas e dos grupos de gaiteiros de Caçarelhos (radicados em Lisboa), Deilão, Varge, Sendim, Miranda do Douro, Constantim, Urrós, Serapicos, Fonte de Aldeia e Gaitafolia (Lisboa).
No ano passado, o festival decorreu em Avelanoso, mas como tem um carácter itinerante, vai percorrendo as freguesias do concelho. Para o ano, António Ventura vai fazer uma proposta ambiciosa à Câmara de Vimioso, para organizar um evento de âmbito nacional naquele concelho.
Descendente de gaiteiros, António Ventura nasceu em Caçarelhos (Vimioso) e cedo partiu para Lisboa à procura de novas oportunidades de vida. As raízes, contudo, ficaram no planalto Mirandês e levam-no \"a dar tudo por tudo\" para promover um encontro de gaiteiros no concelho que o viu nascer. Há 40 anos que guarda uma gaita construída pelo pai e não esconde o orgulho do instrumento ter servido de base às gaitas dos elementos da Gaitafolia.
\"O meu pai era gaiteiro e faleceu quando eu tinha nove anos. Deixou-me uma gaita de foles, mas tenho desgosto por nunca ter aprendido a tocar\", desabafa. Como a paixão atravessa gerações, os \"Venturas\" são uma família de gaiteiros. \"O meu filho está a seguir a tradição da gaita, graças ao apoio da Gaitafolia\", explica António Ventura.