Até 2013, vão ser investidos na região do Douro mais 32,4 milhões de euros em 25 novos projectos que visam potenciar o turismo, desde Baião a Freixo de Espada à Cinta. O Espaço Miguel Torga, em Sabrosa, é um dos mais emblemáticos.
A Estrutura de Missão do Douro recebeu 41 candidaturas, mas só passaram 25. O chefe do organismo, Ricardo Magalhães, explica que \"houve uma selecção em função do mérito\". Alguns deles ainda poderão ser aproveitados, \"desde que se encontre enquadramento financeiro\". Mas isso só vai acontecer depois de os agora eleitos estarem concretizados, o que terá de ocorrer até 2013.
As candidaturas aprovadas integram o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro (PDTVD). Vão ser apoiadas por fundos comunitários em 21 milhões, ao abrigo do ON.2 - O Novo Norte. A restante fatia do investimento (11,4 milhões) fica por conta dos promotores.
Alta qualidade
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, Carlos Lage, que ontem participou na apresentação oficial dos projectos, em Vila Real, salientou que se trata de \"um investimento de alta qualidade\". Porque permitirá \"melhorar a qualidade da oferta turística da região\" e porque \"boa parte do investimento se destina a requalificar monumentos\". O responsável assumiu que \"mesmo que do ponto de vista turístico o resultado fosse escasso, o património ficará muito valorizado\".
Ricardo Magalhães destaca esta opção pelo investimento no campo cultural. Dos 25 projectos, 15 referem-se ao aproveitamento de recursos patrimoniais. Considera que \"não há desenvolvimento sustentável sem que os recursos culturais sejam uma prioridade\".
Neste campo, inserem-se os projectos de requalificação de centros históricos de vilas e uma rede de monumentos da Ordem de Cister, em Tarouca e Lamego, que inclui os mosteiros de Salzedas e S. João de Tarouca, a torre fortificada de Ucanha, o convento de Ferreirim e a capela de S. Pedro de Balsemão.
Espaço Miguel Torga
Entre os novos projectos destaca--se a construção do Espaço Miguel Torga, na terra natal do escritor, S. Martinho de Anta (Sabrosa). O autarca, José Marques, espera tê-lo pronto \"no final do ano, para quecomece a funcionar no início de 2011\". Trata-se de um investimento de 3,2 milhões de euros, o segundo mais caro dos 25. O mais dispendioso é o Centro de Artes e Eventos de Torre de Moncorvo, que vai custar 3,4 milhões.
O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, não escondeu, à margem da apresentação de ontem, a sua insatisfação com a prioridade dada a alguns projectos em detrimento de outros. \"Há uma concentração excessiva de projectos da responsabilidade do Estado, neste caso, da Direcção Regional de Cultura do Norte\", criticou, lembrando que os programas que antecederam o PDTVD \"sempre privilegiaram os promotores locais\". Por outro lado, não gostou de ver preterido o Museu do Entrudo de Lazarim, quando, na sua opinião, por ser diferenciador, \"era mais importante que um o novo cais fluvial de Bagaúste, que não acrescenta muito mais ao Douro\".