Os 76 participantes no terceiro Encontro Mundial de Jovens Portugueses e Luso-Descendentes, organizado conjuntamente pelas secretarias de Estado das Comunidades e Juventude e Desportol, consideraram que o filme não reflecte a forma de estar da comunidade portuguesa e mostraram algum descontentamento a João Canijo durante o debate realizado após a projecção do filme.
“Ganhar a Vida” é a história de uma portuguesa emigrante em França, que um dia recebe a notícia que o seu filho foi morto, revolta-se com a situação e com o silêncio dos seus conterrâneos, é “marginalizada” pela comunidade por estar a tomar uma atitude incomodativa e isola-se de tudo e de todos com o seu sofrimento.
O realizador defendeu que esta atitude de isolamento e de “guetto” mental foi a que encontrou nos dois anos de investigação que fez sobre a comunidade portuguesa em França.
Os jovens concordam com a rejeição retratada no filme quando uma pessoa toma uma atitude que incomoda a comunidade, mas discordam com a realidade exibida, considerando que só serve para alimentar a imagem que Portugal tem do emigrante, que não corresponde ao que se passa actualmente.
Esta geração de luso-descendentes não se revê na realidade de mulher a dias e homem das obras mostrada no filme mas admite que ela terá acontecido no tempo dos seus avós ou pais.
Estiveram também presentes no debate a protagonista do filme, a actriz Rita Blanco, o sociólogo José Luís Garcia e a subdirectora-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, Mafalda Durão Ferreira.



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