Todos sabem que o Norte sabe receber como ninguém, mas Bragança levou esta verdade um pouco mais longe quando a comunidade se envolveu de forma inequívoca na terceira edição do Plast&Cine por terras da Capital Nordestina.
Decorreu em Bragança, nos dias 19 e 20 de outubro, o Plast&Cine 2018. Depois de, em 2015, a pintora Graça Morais ter sido a artista contemplada, e no ano de 2017, a “sorte” ter caído sobre o arquiteto Souto Moura, este ano, a célebre homenageado foi o fotógrafo Georges Dussaud pelo trabalho “de excelência” que desde a década de 80 desenvolveu na região transmontana.
Assim, durante 48 horas, o Plast&Cine, evento cultural que se destaca dos restantes pelo envolvimento que procura incutir na comunidade, reuniu os brigantinos em torno de um objetivo comum: celebrar a vida e a obra do artista francês de 84 anos com uma série de atividades multidisciplinares criadas e apresentadas em vários espaços públicos e culturais. Desde o Teatro e a Biblioteca Municipal de Bragança, ao Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, à Galeria História e Arte, ao Museu Abade Baçal, à Plataforma de Arte e Criação, ao Clube de Bragança, ao Centro de Fotografia e ao Auditório Paulo Quintela, todos eles e seus intervenientes contribuíram para dois dias em que a fotografia documental de Georges Dussaud esteve na mira da objetiva cultural.
Logo na sexta-feira, mais de 200 pessoas oriundas de várias escolas, associações e instituições da cidade compuseram uma “bela fotografia” no centro histórico da cidade anfitriã, mais precisamente na Praça da Sé, em plena cerimónia de abertura da terceira edição do Plast&Cine na capital de distrito.
Ao longo de um espetáculo repleto de música e dança, entre outros momentos, protagonizado, maioritariamente, por crianças, foram dadas as boas-vindas a Georges Dussaud. No seu discurso de agradecimento, as palavras foram parcas, mas carregadas de sentimento. “Muito obrigado por tudo, obrigado à organização e a todas as pessoas que contribuíram para esta festa que me toca infinitamente. Nós carregamos Portugal e a cidade de Bragança no nosso coração e fazem, verdadeiramente, parte da nossa vida”, exclamou um emotivo Georges Dussaud, reiterando, no final, um agradecimento sincero a todos aqueles que integraram esta homenagem sentida.
Trata-se, de acordo com o edil brigantino, de fazer “uma homenagem merecida” a um “excelente fotógrafo” que, apesar de francês, “as pessoas apreciam e como ele próprio diz vem a Bragança e sente-se em casa”. Hernâni Dias salienta, ainda, “o envolvimento da comunidade local, desde as escolas, as instituições, o comércio e, inclusivamente, os artistas”, mostrando-se bastante “satisfeito” com o resultado desta iniciativa.
Entre várias mostras artísticas de fotografia patentes na capital de distrito e o lançamento do livro da edição do Plast&Cine de 2017, Souto de Moura – Vida e obra, vários foram os interlocutores que, efusivamente, debateram sobre o mundo da imagem e do fotojornalismo. Adriano Miranda, Lucília Monteiro e Violeta Santos Moura protagonizaram o debate recheado de ideias de sexta-feira à noite, moderado pelo jornalista Pedro Mesquita. Também Graça Morais, Joana Providência, Clara Crabbé Rocha, Sérgio Andrade e José Rodrigues Monteiro, moderados pelo jornalista Nuno Moura Brás, estiveram à conversa no Centro de Fotografia Georges Dussaud, tendo como foco a Vida e Obra do homenageado.
GALERIA FOTOGRÁFICA EM: https://www.diariodetrasosmontes.com/fotogaleria/plastcine-2018